PARIS (Reuters) – A Sciences Po, um das melhores universidades da França, proibiu o uso do ChatGPT, um chatbot baseado em inteligência artificial, para evitar fraudes e plágio.
O ChatGPT é um programa gratuito que gera texto original sobre praticamente qualquer assunto como resposta a um questionamento. A ferramenta é capaz de produzir artigos, ensaios, piadas e mesmo poesia, o que tem gerado debates no meio acadêmico sobre plágio.
A universidade afirmou nesta sexta-feira que encaminhou a todos os estudantes e funcionários comunicado proibindo o ChatGPT e todas as outras ferramentas baseadas em inteligência artificial.
“Sem uma referência transparente, os estudantes estão proibidos de usar o software para produção de qualquer trabalho ou apresentação, com exceção em casos de propósitos específicos, mediante supervisão do líder do curso”, determinou a Sciences Po, sem especificar como vai monitorar a decisão.
O ChatGPT já foi proibido em algumas escolas públicas nas cidades de Nova York e Seattle, nos Estados Unidos, segundo relatos da imprensa, e várias universidades norte-americanas anunciaram planos para que os alunos façam menos tarefas em casa e mais ensaios escritos à mão e provas orais.
A Sciences Po, cujo campus principal fica em Paris, acrescentou que a punição para o uso do software pode ir até à expulsão do aluno da universidade ou mesmo do ensino superior francês como um todo.
“O ChatGPT está levantando questões importantes para educadores e pesquisadores ao redor do mundo sobre fraude em geral e plágio, particularmente”, afirmou a universidade.
A Microsoft anunciou na semana passada um investimento de vários bilhões de dólares na OpenAI, o laboratório de inteligência artificial que criou o ChatGPT – ampliando uma aposta feita quase quatro anos atrás, quando investiu 1 bilhão de dólares na startup cofundada pelo presidente da Tesla, Elon Musk, e pelo investidor Sam Altman.