As redes sociais foram inundadas com imagens da Galoucura, torcida organizada do Atlético-MG, acabando com um bloqueio de estrada, montado por apoiadores do presidente derrotado Jair Bolsonaro.
“Se precisar da Tropa do Fura Bloqueio chama os Galoucura. Todos bloqueios que tiver vamos tirar, desgraça. É a Galoucura. Onde tiver bloqueio, a gente vai passar passando. Tem bloqueio pros Galoucura não, vamos ver o Galo independente de qualquer coisa”, diz Josimar Junior, presidente da organizada.
Os bloqueios começam a prejudicar o abastecimento de comida, oxigênio, combustível, além de um caos generalizado oferecido a cidadãs e cidadãos comuns por quem se recusa a aceitar o resultado legítimo das eleições.
E eis que surge a 35a rodada do Brasileirão. Torcida do Galo tentando chegar a São Paulo para ver o confronto com o tricolor. Gaviões se preparando para descer a Dutra em comboio a fim de assistir a Flamengo e Corinthians, no Rio. A Império Alviverde determinada a apoiar o Coritiba, em duelo de sobrevida contra o Juventude, em Caxias do Sul.
Em jogo, vagas na Libertadores e fuga da degola. No meio do caminho, opositores da democracia.
Em quem você apostaria?
Eu aposto em quem considera brigar parte da sua rotina, do seu ethos, do seu dever. Claro, estou generalizando, levando em conta as vertentes mais radicais das organizadas. E a elas pertence uma gente que gosta de confusão. Que vive para isso.
Não apoio a violência e torço para que a polícia cumpra aquele que é o seu dever, de garantir a ordem para todos, sem beneficiar uma minoria criminosa.
Apenas pontuo que a minoria criminosa pode ter encontrado seu pior adversário. Um que não só não teme o confronto, como o deseja. Um que coloca o amor pelo clube de futebol acima de praticamente tudo. Acima de todos.
Em mais uma reviravolta da trama tresloucada que virou a história do país, o fim da baderna talvez chegue pelas mãos de quem tem a fama de causá-la.
O roteirista do Brasil meteu o louco.