SÃO PAULO (Reuters) – A startup imobiliária Loft anunciou 312 demissões nesta quarta-feira, em mais uma mostra de como o ambiente macroeconômico adverso no Brasil tem forçado empresas de crescimento acelerado a ajustar seus planos de expansão.
Em comunicado, a companhia que no ano passado alcançou a condição de ‘unicórnio’, jargão do mercado para startups avaliadas em mais de um bilhão de dólares, confirmou ter desligado 12% do quadro atual de 2,6 mil funcionários.
“O atendimento a corretores parceiros, imobiliárias e clientes diretos passa a ser mais direto, com a redução de pontos de contato na compra, venda, financiamento imobiliário e contratação de aluguel sem fiador”, afirmou a Loft, adicionando que processos com empresas compradas foram simplificados.
Criada em 2018 como plataforma digital de compra e venda de apartamentos focada em São Paulo e Rio de Janeiro, a Loft deslanchou durante a pandemia e recebeu em 2021 uma captação, sua quarta, que a avaliou em 2,2 bilhões de dólares.
Após os investimentos da indústria de capital de risco terem crescido mais de 60 vezes no Brasil na última década, o mix de inflação e juros altos e a piora das condições macroeconômicas globais cortou o fluxo de recursos de investidores para financiar startups majoritariamente deficitárias, que têm tido que cortar na carne para preservar caixa.
No caso da Loft, com a nova rodada de cortes, a terceira neste ano, as demissões chegam a 855 empregados em 2022.
Segundo o layoffsbrasil.com, site criado para recolocação de profissionais de tecnologia, demissões em startups brasileiras, que incluem ícones como QuintoAndar, Kavak, a plataforma para comércio eletrônico VTEX, a fintech Ebanx e a corretora de criptomoedas Mercado Bitcoin, já superam 4,3 mil em 2022.
(Por Aluísio Alves)