By Esta é parte da versão online da newsletter do Mauricio Stycer enviada ontem (07). Na newsletter completa, apenas para assinantes, o colunista comenta os altos índices de audiência das transmissões esportivas da Globo e o conteúdo oferecido pela Netflix em seu novo plano para assinantes, nos fatos “Para Lembrar” e “Para Esquecer” da semana, e traz dicas de leitura. Quer receber o conteúdo completo na semana que vem, com informações extras, direto no seu email? Clique aqui e se cadastre.
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Buscando alternativas às “mesas redondas” de futebol, atraentes para uma parcela limitada do público, a Globo tem apostado, já há muitos anos, em formatos mais leves e bem-humorados, capazes de também chamar a atenção de espectadores mais jovens e das mulheres.
O “Central da Copa”, revivido desde 2014, é uma dessas apostas. Sem Tiago Leifert, que o comandou nas Copas do Brasil e da Rússia, a atual versão é apresentada por Alex Escobar. Ao seu lado, no estúdio, estão sempre o ex-jogador Fred e a cantora Jojo Todynho. O programa conta ainda com a participação de Lucas Gutierrez, que está no Qatar.
A Globo acreditou que o bem-humorado Fred e a desbocada Jojô fossem dar um tempero especial ao programa, mas nenhum dos dois encontrou um lugar confortável dentro da atração. Talvez seja o roteiro, talvez seja a postura de Escobar, o fato é que os dois não conseguem ficar à vontade em cena.
O que dá vida ao “Central da Copa” é o quadro gravado previamente por Marcelo Adnet. “Que Doha É Essa?” traz o comediante no seu melhor, fazendo imitações impagáveis. A de Galvão Bueno, aperfeiçoada há anos, é o carro-chefe, mas Adnet tem divertido demais com outras paródias e, também, com comentários sobre os acontecimentos.
Adnet também entra ao vivo no “Central da Copa” aos domingos. Neste último programa, apostou numa imitação mais recente, de Cleber Machado, e levou ao limite as piadas com o narrador, que ficou sentido por não ter sido enviado pela Globo ao Qatar e tem narrado os jogos no estúdio, no Brasil.
Outra piada muito boa de Adnet é com o jornalismo esportivo mais óbvio. Por meio do repórter “Eli Teral”, um tipo que criou ainda nos tempos da MTV, o comediante tem feito ótimas observações sobre o que há de pior e mais banal nas reportagens sobre a Copa.
Em entrevista ao UOL, Adnet contou que os roteiros de “Que Doha É Essa” são escritos em parceria com Léo Lanna, Marcelo Martinez e Wagner Pinto, da equipe que fez o inesquecível “Tá no Ar”. “Informação é algo que eu consumo bastante. Então é natural repercutir aquilo que consumo”, disse.
Sem um programa de humor na grade há três anos, com projetos cancelados ou suspensos, a Globo está abrindo mão de uma das marcas do seu DNA. Adnet é apenas um dos grandes talentos que está mal aproveitado pela emissora, ocupando espaços em atrações de outros gêneros, como este “Central da Copa”. É uma pena.
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