A sonda espacial Juno, enviada pela Nasa para analisar características de Júpiter, “perdeu” a memória e a conexão com a base de operações na Terra após interferências de sinal durante um sobrevoo ao planeta gigante, no que deve ter sido, no mínimo, uma vista impressionante.
O satélite, que completava sua 47ª observação do planeta no dia 16 de dezembro, estava com sua memória sem acesso disponível pelos cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato, da agência espacial estadunidense.
Os pesquisadores avaliam que a falha pode ter sido causada pela radiação emitida pela camada magnética de Júpiter, ou ainda, pela lua Io, que é composta de diversos vulcões em atividade.
Para contornar a falha na memória, Juno entrou em “modo de recuperação” no dia 17 de dezembro. Segundo uma atualização da Nasa no dia 27, os passos foram bem-sucedidos, com os operadores já iniciando os downloads dos arquivos enviados pela sonda.
A conclusão do envio dos dados deve acontecer nos próximos dias, e serão avaliadas pelos pesquisadores para detectar avarias.
“Os dados científicos da espaçonave movida a luz solar mais recentes do sobrevoo de Júpiter e de sua lua Io aparentam estar intactos”, afirmou a agência aeroespacial.
A estimativa é de que Juno saia do modo de recuperação nesta semana e faça outra incursão em 23 de janeiro.
Entenda a missão de Juno
Enviada em agosto de 2011, a sonda espacial Juno faz parte de uma missão para avaliar as composições e origens do maior planeta de nosso sistema solar, observando-a através de suas nuvens ultradensas.
A espaçonave chegou à órbita de Júpiter cinco anos depois de seu lançamento, em 4 de julho de 2016, em uma viagem de 2,73 milhões de quilômetros.
O objetivo de Juno era realizar coletas de informações sobre o planeta em 35 órbitas completas ao redor do planeta gigante, reunindo aproximadamente 3 terabits de dados, incluindo registros inéditos. Cada volta em Júpiter leva o equivalente a cerca de 53 dias na Terra.
A expectativa dos cientistas é de que a missão de Juno ajude a entender melhor a formação dos planetas, uma vez que Júpiter é estimado como o planeta mais antigo que se tem notícia em nosso sistema solar.
Como resultado das incursões da sonda espacial, os pesquisadores já descobriram que o gigante gasoso possui uma camada climática na atmosfera que vai muito além de suas nuvens de água. O planeta também possui um núcleo composto de um metal extremamente pesado.
A missão original de Juno foi encerrada em julho de 2022. No entanto, é esperado que as operações científicas da sonda continuem até 2025.
(*) Com informações de Space.com e Planetary Society