O rover Curiosity da Nasa encontrou rochas onduladas em uma área de Marte, evidência de um antigo lago no planeta vermelho, informou a agência espacial americana nesta quarta-feira (8).
“Esta é a melhor evidência de água e ondas que vimos em toda a missão”, afirmou Ashwin Vasavada, cientista do projeto Curiosity no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, na Califórnia.
O rover, que vaga por Marte desde 2012, enviou imagens impressionantes de padrões ondulados na superfície das rochas causados por ondas de um lago raso há bilhões de anos.
Mas os cientistas da Nasa ficaram surpresos ao encontrar evidências tão claras da existência de água na cratera Gale, onde o rover encontra-se atualmente.
“Nós escalamos muitos depósitos de lagos durante nossa missão, mas nunca vimos ondulações de ondas tão claramente”, disse Vasavada em um comunicado.
“Isso foi especialmente surpreendente porque a área em que estamos provavelmente se formou em um momento em que Marte estava ficando mais seco”, acrescentou.
O Curiosity explora as encostas de uma montanha de 5.000 metros de altura conhecida como Monte Sharp.
O rover também detectou detritos em um vale que foram arrastados por deslizamentos de terra úmidos no Monte Sharp, segundo a Nasa.
“Esses pedaços de terra são provavelmente a evidência mais recente da presença de água que veremos”, explicou Vasavada. “Isso nos permitirá estudar camadas mais altas no Monte Sharp que não podemos alcançar”.
A Nasa indicou que o Monte Sharp fornece uma espécie de “linha do tempo marciana” para os cientistas, com as camadas mais antigas na parte inferior e as mais novas no topo.
Isso permite que os cientistas “estudem como Marte evoluiu de um planeta que era mais parecido com a Terra em seu passado antigo, com um clima mais quente e água abundante, para o deserto congelado que é hoje”.
Outro rover de Marte, o Perseverance, pousou no planeta vermelho em fevereiro de 2021 para procurar sinais de vida microbiana do passado.
Este veículo multitarefa coletará 30 amostras de rocha e solo em tubos selados que serão enviados à Terra na década de 2030 para análise laboratorial.
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