Todo fim de ano é igual: você vai pegar as luzes de Natal, guardadas há meses, e precisa desemaranhar os fios para poder pendurá-las. É frustrante, mas fique tranquilo: ao menos não é sua culpa. Um estudo científico mostra que isso é o mais provável de se ocorrer com fios soltos colocados dentro de uma caixa.
Um artigo publicado no jornal PNAS (sigla para Procedimentos da Academia Nacional de Ciências, em tradução livre) descreve uma série de experimentos, que consistiam, basicamente, em colocar fios, de variados comprimentos, em uma caixa, e depois agitá-la, de forma mecânica, em diferentes padrões de movimento.
O processo foi repetido mais de 3.400 vezes, e os cientistas notaram que os nós se formaram nos fios logo nos primeiros segundos depois que a caixa começou a balançar. Ou seja, trata-se de um fenômeno simples, repetitivo e praticamente inevitável.
“Não demorou muito para que os nós se formassem, talvez cerca de dez segundos. Fomos surpreendidos por isso”, disse ao site Live Science o cientista Douglas Smith, professor do Departamento de Física da Universidade da Califórnia em San Diego e um dos autores do estudo.
O que pode facilitar os nós?
De acordo com o artigo, alguns fatores facilitam a formação de nós nos fios. O primeiro deles é, claro, é o comprimento do fio: quanto mais longo, maior deve ser o número de nós no pisca-pisca. O mais longo usado no experimento tinha 4,6 metros.
O material do qual o fio é feito também influencia a experiência. Os mais flexíveis, que talvez sejam melhores para uma bela decoração de Natal, são, na verdade, os mais problemáticos. Fios mais rígidos apresentam menor incidência de nós.
Mas o principal fator, na verdade, é a liberdade das pontas do fio: se as pontas estão soltas, elas vão se mover e se emaranhar. Dorian Raymer, outro autor do estudo, garante que estas são as maiores responsáveis pelo problema do emaranhamento.
“Os marinheiros sabem bem que você tem de controlar o que as pontas [de uma corda] estão fazendo para evitar nós. Senão, elas podem por cima ou por baixo de outras partes do fio, o que vai levar à formação de nós”, explicou.
De acordo com Smith, as luzes de Natal são ainda piores que uma corda normal, porque são mais facilmente entrelaçadas. “Pessoalmente, na minha experiência de usar pisca-pisca, essas protuberâncias das lâmpadas saindo do fio ajudam a causar mais fricção e se enroscam umas nas outras.”
Como evitar nós no próximo Natal?
Apesar de acontecer quase espontaneamente, os cientistas dizem que há maneiras de se evitar o problema: um truque simples é o de enrolar as luzes num pedaço plano de papelão, antes de armazená-las em um espaço fechado.
“Assegure-se de que as pontas das luzes estejam presas no papelão”, explicou Raymer. Dá para fazer isso com fita adesiva, por exemplo. “Assim, você as imobiliza, e elas não ficam soltas se batendo por lá.”
“Ou então, peça para alguém pendurá-las para você”, brincou Smith.
* Com informações de Live Science