Um aquário gigante com 1.500 peixes tropicais explodiu nesta sexta (16) no saguão do hotel de luxo Radisson Blu, em Berlim (Alemanha). O AquaDom, de 14 metros de altura, é considerado “o maior aquário cilíndrico do mundo”, segundo o Guinness.
Inaugurado em 2003, continha um milhão de litros de água em um tanque de acrílico fundido “in loco”.
O aquário simplesmente “explodiu”, disseram o porta-voz dos bombeiros. As paredes quebraram às 5h50 da manhã (1h50 no horário de Brasília), matando peixes e ferindo de leve duas pessoas.
Apesar de as causas do incidente ainda serem desconhecidas, Tilt ouviu o físico e matemático da USP, Rogério Dias, e listou algumas possibilidades :
- A temperatura: hoje foi um dia de muito frio em Berlim, abaixo de zero graus, o que pode ter levado a uma contração excessiva da água e gerado micro-tensões na parede do aquário, levando à explosão.
- O tamanho: quanto maior a capacidade de um espaço, maior será o processo de contração e a dilatação do material.
- O formato: o formato cilíndrico espalha a tensão por todo o material, o que levaria a um rompimento total da parede. Diferentemente do que aconteceria em um aquário padrão, no qual a tensão estaria concentrada em apenas uma das paredes. Ou seja, os retangulares são mais seguros, por isso são mais comuns.
Todo aquário pode explodir?
A chance de isso ocorrer em outras estruturas pelo mundo vai depender do projeto. Geralmente o engenheiro responsável, que pode ser civil, especializado em hidráulica, calcula qual é a dilatação e a contração máxima do vidro, com margem de erro para evitar acidentes.
Porém, em casos extremos, pode acontecer de passar do limite para o qual a estrutura foi projetada — estamos tendo invernos muito mais frios e verões muito mais quentes.
Hoje passamos por um processo de aquecimento global e é bem possível que esses limites não tenham considerado a alteração das temperaturas dessa forma
Os peixes
Enquanto funcionava, a manutenção do local era realizada por escafandristas. Além disso, existia uma estrutura completa, com bombas e controle computadorizado, para bombear água salgada para o aquário gigantesco.
A bióloga Larissa Moro, especialista em animais silvestres, ressalta que, dado o impacto, os peixes devem ter morrido.
“As vítimas marinhas eram de espécies exóticas —o que já era de se esperar, pois o único objetivo desse aquário justamente e o entretenimento e a estética”, ressalta. “Peixes de água salgada são espécies mais delicadas do que os de água doce, então a chance de sobrevivência é bem baixa.”
Um peixe de água doce como o bagre pode demorar horas ou até dias para morrer fora de seu ambiente comum, mas isso não acontece com os de água salgada.