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Conquistar o tão sonhado R$ 1 milhão em dez anos é ambicioso, mas não quer dizer que seja impossível. Profissionais do mercado financeiro consultados pelo UOL simularam algumas opções e quais os cuidados necessários.
Antes mesmo de começar a investir:
Existem possibilidades tanto na renda variável como na renda fixa que levam o investidor a sonhar com o primeiro milhão.
Mas não é uma tarefa fácil, já que a disciplina precisa vir acompanhada de um bom capital e maturidade psicológica para lidar com as oscilações do mercado, diz Rhamon dos Santos, consultor e educador financeiro da Santos Finanças.
Veja o passo a passo:
- Primeiro de tudo, definir o objetivo e o que quer fazer com o valor aplicado.
- O próximo passo é identificar o seu perfil de investidor, podendo ser conservador, moderado ou arrojado.
- Junto com a corretora, analisar as oportunidades que vão combinar com o objetivo.
- Por fim, definir o orçamento, ou seja, quanto investir por mês e seguir o planejamento.
- Antes mesmo de investir, é importante ter uma reserva de emergência em renda fixa, diz Bruno Mota Lopes, economista e criador do canal de educação financeira Finanças para Jovens Oficial. Esse valor, que deve ser de aproximadamente seis meses da sua renda, é importante para cobrir eventuais dificuldades.
- Você pode começar com R$ 30 e fazer pequenos investimentos para ver como funciona, de olho sempre no mercado financeiro.
- Existem alguns recursos, como a própria B3, que permite que você faça simulações por um período, como se estivesse dentro da Bolsa. Isso permite ver todos os resultados.
Onde e quanto investir?
- Considerando uma rentabilidade mensal do Tesouro Selic que gira em torno de 1,14% ao mês, seria necessário aplicar R$ 3.900 mensalmente para chegar a R$ 1 milhão em dez anos.
- Já ao optar por um CDB atrelado ao CDI, para chegar a meta proposta seria necessário fazer aportes mensais de R$ 3.950.
- Outra possibilidade seria na poupança, mas os aportes teriam que ser mais altos. De acordo com a simulação de Santos, seria necessário aplicar todo mês R$ 5.500, contando com retorno de 0,66% mensal.
- No mercado de ações, uma das empresas que distribuiu bastante dividendo em 2022 foi a Petrobras, basicamente R$ 12 por ação. Então, seriam necessários investimentos mensais de R$ 5.632 comprando ações da Petrobras. No entanto, há dúvidas se a empresa continuará a pagar dividendos recordes nos próximos anos.
- Nos fundos imobiliários, com 75 cotas por mês, seria possível chegar a R$ 1 milhão. Isso daria R$ 6.877 por mês, ao longo dos dez anos, contando o valor aplicado mais os dividendos.
A dica é diversificar a carteira para proteger o patrimônio e começar aos poucos, pegando confiança no mercado e crescendo.
Rhamon dos Santos, educador financeiro da Santos Finanças
Nessas simulações, os investimentos em renda fixa – Tesouro Selic, CDB e poupança – estão rendendo mais mais do que os investimentos em renda variável. Isso porque, atualmente, o cenário está instável, e investimentos na Bolsa e em fundos imobiliários, por exemplo, acabam sofrendo.
- Os títulos do Tesouro Direto que mais renderam foram os atrelados à Selic, como Tesouro Selic 2027 e 2025, com rendimento de 13,19% e 13%, respectivamente.
- Em 2022, o Ifix (índice dos fundos imobiliários) teve uma rentabilidade de apenas 2,22%.
- O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, subiu 4,69% no ano passado. Veja aqui o rendimento dos principais investimentos no ano passado – e quanto eles se valorizaram acima da poupança.
- Já o índice de dividendos (IDIV), que é o pagamento de parte do lucro que algumas empresas abertas na Bolsa fazem aos seus acionistas, rendeu 12,65%, enquanto o Ibovespa teve rentabilidade de 4,69%.
E a inflação?
Esses cálculos não consideram a inflação. Ou seja, no final o valor acumulado seria de aproximadamente R$ 1 milhão, mas em 10 anos esse dinheiro perderia poder de compra.
Para manter o poder de compra de R$ 1 milhão no futuro, seria necessário ajustar o valor de aporte mensal todos os anos, de acordo com a inflação do ano anterior. Ou seja, se no primeiro ano de aplicações a inflação for de 7%, no ano seguinte o valor do aporte de R$ 3.900, por exemplo, precisaria subir para R$ 4.173.