Seguidores do presidente Jair Bolsonaro (PL) estudam abandonar o Facebook, WhatsApp e Telegram, amplamente adotados até a campanha de reeleição, em prol da rede social CloutHub e do app de mensagem Signal.
A escolha se dá após o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, ordenar a derrubada de cinco grupos no app Telegram, que concentravam cerca de 580 mil participantes, nas 36 horas anteriores ao segundo turno das eleições.
Os bloqueios mostram uma mudança de postura do Telegram desde que o STF (Supremo Tribunal Federal) ordenou seu bloqueio do Brasil. Ainda neste ano, a rede estava para ser comprometida por não colaborar com os órgãos de justiça, permitindo a presença de perfis que organizavam ataques contra a democracia na internet.
Intervenções como as realizadas nas rodovias brasileiras após a derrota de Bolsonaro para Lula também foram articuladas no Telegram. No entanto, a rede social mudou sua postura e agora derruba grupos antidemocráticos.
Tanto o CloutHub quanto o Signal são redes sociais que se baseiam na “liberdade de expressão” e na “ausência de censura” – ambas ideias-chave dos discursos bolsonaristas.
O que é o CloutHub?
Fundada em 2018 nos Estados Unidos, o CloutHub é uma rede social aos moldes do Facebook, com um feed de publicações compartilhadas por grupos, páginas e contatos. O CloutHub também se orgulha de ser “inderrubável”, fazendo disso um slogan de divulgação em outras redes.
Seu objetivo é o “empoderamento” de indivíduos em causas pelas quais se importam, independente do alinhamento político — apesar de concentrar uma maioria de usuários conservadores e de direita dos EUA.
Em sua página de aplicativo no Google Play, o CloutHub se descreve como uma rede social “não tendenciosa” e voltada “para pessoas envolvidas em questões cívicas, sociais e políticas significativas, causas e campanhas com as quais se preocupam.”
Mas é bom não esperar muitos usuários para debater estas questões – o app possui pouco mais de 100 mil downloads na loja do Google.