As Americanas entraram com pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira (19) e listaram uma série de justificativas.
O que dizem as Americanas?
Em petição enviada à 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro, as Americanas argumentam que:
- Alguns poucos credores, “sem pensar nos impactos para a coletividade”, tomaram medidas que culminaram no perigoso esvaziamento do caixa da companhia e, consequentemente, inviabilizaram a sua operação a curto prazo e uma solução negocial coletiva sem o remédio recuperacional.
- O bloqueio indevido de quase R$ 1,5 bilhão faz com que a manutenção dos negócios do Grupo Americanas seja impossível sem a proteção da recuperação judicial, diz a empresa.
- “A crise de fluxo de caixa vivenciada é momentânea, passageira e certamente será superada frente à sua magnitude econômica e o seu altíssimo potencial de continuar gerando riquezas para o país”.
- Com a crise de credibilidade em relação às suas finanças, a empresa diz que todo o caixa vem sendo dragado por instituições financeiras detentoras de créditos.
- O Grupo Americanas “viu-se sem saída”, precisando emendar, em sete dias, a tutela cautelar, para que seja recebido este pedido de recuperação judicial (clique aqui e entenda o que é tutela cautelar).
O risco, então, caso não seja deferido o imediato processamento desta recuperação judicial, é de um absoluto aniquilamento do fluxo de caixa do Grupo Americanas, o que impedirá o cumprimento de obrigações diárias indispensáveis ao exercício da atividade empresarial, tal como o pagamento de fornecedores e funcionários.
Americanas em pedido de recuperação judicial
Segundo o documento, as Americanas afirmam que “diversos setores econômicos”, “empregos” e “uma rede de apoio social a comunidades carentes” estariam ameaçados em caso de falência da empresa.
A empresa diz que mantém mais de 100 mil empregos diretos e indiretos, arrecada R$ 2 bilhões em tributos por ano, além de manter, aproximadamente, 3.600 estabelecimentos espalhados por todo o país, atendendo a mais de 50 milhões de consumidores.
Ela diz, ainda, que a crise do grupo pode afetar até mesmo o preço do ovo de Páscoa, “pois se trata da maior varejista de ovos de Páscoa do mundo”.
As Americanas têm uma dívida de aproximadamente R$ 43 bilhões e uma lista de 16.300 credores. O grupo pediu 48 horas para liberar a lista de credores completa, além da discriminação do passivo e possíveis documentos que possam faltar.
Qual é a resposta das Americanas?
As Americanas informam, em nota enviada à imprensa, que:
- Seguirão operando normalmente dentro das regras da recuperação judicial.
- Um dos objetivos principais é a própria manutenção de empregos, pagamento de impostos e a boa relação com seus fornecedores e credores e investidores de forma geral.
- O grupo de acionistas de referência da empresa informou ao presidente do Conselho de Administração que pretende manter a liquidez da companhia em patamares que permitam o bom funcionamento da operação de todas as lojas, do seu canal digital, Americanas.com, da Ame e suas coligadas.
Pedimos o engajamento de todos os colaboradores nesta nova fase e principalmente dos fornecedores com quem temos relações históricas. A história da Americanas segue com determinação rumo a uma nova fase, com o compromisso com a sociedade e disposta a construir soluções que possam vir atender aos credores da empresa.
Americanas, em nota à imprensa