Duas razões para Bolsonaro ser beneficiado. A primeira é que Araújo precisará de tempo para se inteirar completamente dos processos deixados por Benedito. A segunda é que a ala mais alinhada ao ex-presidente segue em minoria no TSE. Advogados que acompanham as ações avaliam que Araújo poderá esperar mudanças na composição do tribunal para levar o caso ao plenário.
Ao todo, há ainda dez ações no TSE que pedem a inelegibilidade de Bolsonaro. Um dos principais casos é a apuração que mira um “ecossistema da desinformação” na campanha bolsonarista de 2022.
Além de Bolsonaro e Braga Netto, o processo tem entre seus alvos os três filhos do ex-presidente: Flávio, Carlos e Eduardo. E também outros 40 aliados do ex-mandatário, como Ricardo Salles (PL-SP), Mario Frias (PL-SP), Alexandre Ramagem (PL-RJ), Carla Zambelli (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF).
Benedito tentou dar celeridade ao processo, mas a ação é considerada uma das mais complexas no TSE — até pela quantidade de investigados sobre o tema espinhoso envolvendo desinformação. Soma-se a isso que parte dos investigados não foram intimados pelo TSE, o que torna a instrução ainda mais demorada
Em agosto de 2024, Moraes deixará a Corte Eleitoral e será substituído por André Mendonça. O ministro foi indicado por Bolsonaro, o que poderia fortalecer a ala mais alinhada ao ex-presidente.
Araújo chegou ao TSE em 2020 como ministro substituto. Em setembro do ano passado, foi empossado como ministro efetivo da Corte Eleitoral e deverá ocupar uma cadeira no plenário até setembro do ano que vem.