Analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver a taxa básica de juros mais alta em 2024 em meio ao aumento das expectativas para a inflação tanto neste ano quanto no próximo, de acordo com a pesquisa Focus.
A pesquisa ainda não reflete possíveis mudanças após a invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília no domingo, já que foi fechada na sexta-feira. No entanto, são as primeiras projeções depois da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 1 de janeiro.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que as expectativas para a alta do IPCA em 2023 e 2024 subiram respectivamente a 5,36% e 3,70%, de 5,31% e 3,65% antes. Para 2022, cujo dado final será divulgado na terça-feira, a projeção para a inflação ficou em 5,62%.
Todas as estimativas superam o centro da meta, estabelecida em 3,5% para 2022, 3,25% para 2023 e 3,00% para 2024, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Diante da pressão inflacionária, os analistas mantiveram a perspectiva de que a taxa básica de juros Selic encerrará este ano a 12,25%, ante patamar atual de 13,75%. Mas passaram a ver a taxa em 9,25% em 2024, de 9,0% antes.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento foi ajustada em 0,01 ponto percentual para baixo para 2022, a 3,03%, e recuou 0,02 ponto para este ano, a 0,78%. Para o próximo ano permanece a projeção de um crescimento de 1,50%.
O cenário do dólar para 2023 passou de R$ 5,27 para R$ 5,28. Há um mês, a mediana era de R$ 5,25.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.
Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
*Com informações de Estadão Conteúdo