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‘Irmãos de Honra’ acerta ao seguir a fórmula dos bons filmes de guerra – 10/12/2022

‘Irmãos de Honra’ acerta ao seguir a fórmula dos bons filmes de guerra – 10/12/2022

“Irmãos de Honra” é um filme necessário. Não para mim, para você ou mesmo para o cinema. Este drama de guerra sóbrio e eficiente é, no entanto, uma espécie de rito de passagem, o tipo de produção que prepara o terreno para os astros de amanhã. No caso, é uma vitrine para o talento de Jonathan Majors e Glen Powell.

O primeiro chamou atenção em 2019 no filme independente “The Last Black Man in San Francisco”, pouco antes de encabeçar a série “Lovecraft Country”. Agora, ele será o vilão Kang, o Conquistador, à frente da quinta fase da Marvel no cinema a partir de “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”. “Creed III” também está na agenda para 2023.

O segundo, por sua vez, tem uma longa carreira como coadjuvante, começando ainda adolescente no terceiro “Spy Kids”. Ele teve papéis em filmes como “O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, “Os Mercenários 3” e “Estrelas Além do Tempo”, antes de assumir um dos personagens principais no maior filme de 2022, “Top Gun: Maverick”. Seu próximo trabalho, agora como protagonista, será “Hitman”, de Richard Linklater.

É comum atores com um dedinho no mega estrelado darem volume à seu currículo em filmes de expectativas mais modestas. Como bônus, este “Irmãos de Honra” se mostra um drama sólido, mesmo que criativamente não fuja de uma fórmula testada desde sempre com sucesso. Ponto para o diretor J.D. Dillard, que se deu bem justamente ao não arriscar.

Não há, na verdade, muito espaço para manobras em uma cinebiografia. Em “Irmãos de Honra”, o foco é em Jesse Brown (Jonathan Majors), segundo-tenente da Marinha americana que, em 1950, é transferido para um esquadrão lotado em um porta-aviões no Mediterrâneo, tornando-se o primeiro piloto negro a ocupar essa posição. Ele cria um laço com o tenente Tom Hudner (Glen Powell), que estreita-se quando sua divisão, a VF-32, é convocada para intervir na Guerra da Coreia.

A premissa é quase um diagrama do filme de guerra genérico. Existem as sequências de treinamento, os companheiros mortos, a turma estreitando laços, brigas e reconciliações, superação, drama familiar, cenas de combate e o inevitável sacrifício final. O componente racial adiciona mais uma camada de tensão, amplificada por se tratar da dramatização de uma história real.

Mesmo que tudo em “Irmãos de Honra” siga uma cartilha, e que não exista o menor espaço para surpresas, Dillard mantém a narrativa coesa, costurando o drama com batalhas aéreas plasticamente impecáveis, tornadas ainda mais emocionantes pela boa trilha de Chanda Dancy.

Ainda assim, é cristalino que “Irmãos de Honra” existe unicamente como um tijolo a mais na carreira de Jonathan Majors e Glen Powell, uma peça importante para mostrar ao mercado como os dois atores estão prontos para ancorar projetos mais ambiciosos. Quando as luzes acenderem no cinema, você terá a mesma certeza.

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