SHENZHEN, China (Reuters) – A Huawei continuou nesta quinta-feira a lutar contra as sanções dos Estados Unidos lançando um novo smartphone com preço a partir de 4.488 iuans (658 dólares), que a empresa promete ter uma câmera de ponta, embora sem a tecnologia 5G.
Richard Yu, presidente-executivo da divisão de consumo da Huawei, passou quase uma hora apresentando a câmera XMAGE desenvolvida pela própria empresa, agora o carro-chefe da Huawei depois que a Leica transferiu sua parceria para a rival Xiaomi no ano passado.
Em um evento em Xangai, a empresa também lançou o P60 Pro mais premium e o Mate X3 dobrável, com preços a partir de 6.988 iuans e 12.999 iuans, respectivamente.
Os smartphones usarão o sistema operacional Harmony, da Huawei.
A Huawei, também importante fornecedora de equipamentos usados em redes de telecomunicações 5G, tem sido alvo de sucessivas rodadas de controles de exportação dos Estados Unidos desde 2019.
Os controles do país cortaram o fornecimento de chips da Huawei para empresas norte-americanas e seu acesso a ferramentas de tecnologia dos Estados Unidos para projetar seus próprios microprocessadores e fabricá-los por parceiros.
As várias ações prejudicaram amplamente os negócios de celulares da companhia, que comandou 42% do mercado chinês em 2019, mas não estava entre os cinco maiores vendedores na China em 2022, segundo dados da consultoria Canalys.
A Honor, antiga unidade orçamentária da empresa, conquistou 18% do mercado no ano passado, com crescimento anual de 30%, disse a Canalys.
A Huawei vendeu a Honor a um consórcio de mais de 30 agentes e revendedores para mantê-la viva no final de 2019.
As sanções dos Estados Unidos também proibiram o Google, da Alphabet, de fornecer suporte técnico para novos modelos de telefone Huawei e acesso ao Google Mobile Services, o pacote de serviços para desenvolvedores no qual a maioria dos aplicativos Android se baseia.
(Por David Kirton)