A diferença de votos entre Castro e o candidato derrotado, Marcelo Freixo (à época, no PSB), também foi explorada pela defesa do governador. Em 2022, Castro venceu o hoje presidente da Embratur com mais de 2 milhões de votos de vantagem.
A defesa do vice-governador Thiago Pampolha (MDB) alegou “perplexidade” em integrar o processo. “Tudo que se disse sobre Thiago Pampolha, em nenhuma passagem, nenhuma imputação, nenhum apontamento, nenhuma afirmação, sequer remotamente poderia se traduzir em conduta ilícita”, disse o advogado Bruno Calfat.
O Ministério Público Eleitoral não pediu a inelegibilidade de Pampolha. Diferentemente do que ocorreu com Castro e Rodrigo Bacellar (União Brasil), presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), o vice entrou na chapa pouco antes da eleição de 2022. Inicialmente, a vaga de vice seria ocupada por Washington Reis (MDB).
“Último colocado”. Já o advogado do presidente da Alerj, José Eduardo Rangel de Alckmin, questionou a suposta influência das ações na disputa eleitoral. Ele argumentou que a “prova inequívoca” de que não houve influência do esquema na eleição é o fato de que Bacellar foi o menos votado dos quatro candidatos eleitos para a assembleia na região do Norte Fluminense.
Que influência isso teve sobre o resultado do pleito? Não há prova de que isso tenha de alguma maneira influenciado. Das testemunhas ouvidas ninguém disse que foram arregimentadas para votar em A, B ou C.
José Eduardo Rangel, advogado do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar
“Folhas secretas”
Série de reportagens do UOL mostrou que dezenas de milhares de pessoas foram contratadas sem transparência. Foram identificados indícios de uso político dos projetos tocados pela Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro) e pela Uerj.