Nesta quinta-feira (12), um cometa alcança seu ponto mais próximo do Sol — chamado periélio — e poderá ser visto a olho nu nas semanas seguintes. Batizado C/2022 E3 (ZTF), ele passou perto da Terra pela última vez há 50 mil anos, no final da Era do Gelo. As testemunhas foram nossos antepassados neandertais e os primeiros Homo sapiens.
Nesta visita, o cometa chegará a cerca de 160 milhões de quilômetros do Sol e, depois, se moverá em direção ao nosso planeta. Sua maior aproximação da Terra — chamado perigeu — acontece no dia 2 de fevereiro, quando passará por nós a uma distância de “apenas” 42 milhões de quilômetros.
Ele está cada vez mais brilhante, conforme os gases de sua cauda são aquecidos pelo Sol, e já pode ser visto com auxílio de telescópios. Se continuar aumentando, conforme as revisões dos astrônomos, poderemos até vê-lo a olho nu no céu noturno.
Como ver?
Infelizmente para os brasileiros, o hemisfério Norte é privilegiado nesta observação, devido à posição do cometa no céu. No dia do perigeu (2), ele aparecerá próximo à constelação da Girafa, que não é visível por aqui.
Mas, nos dias seguintes, ele (cada vez menos brilhante, se afastando) poderá ser visto ao norte, perto do horizonte, na região da constelação do Cocheiro (Auriga), em uma pequena janela de tempo entre o pôr do Sol e a meia-noite.
Quem quiser conferir onde ele está e sua movimentação ao passar do tempo, pode usar um aplicativo de astronomia, como Skywalk, Starchart, Sky Safari ou Stellarium.
Lembrando que a cauda e a coma (a cabeleira ao redor do núcleo) esverdeada só conseguem ser bem vistas em imagens de câmeras profissionais e telescópios. A olho nu, um cometa parece uma “estrela” com aspecto esfumaçado. Recomendamos o uso de binóculos.
Transmissões ao vivo
De qualquer forma, a tecnologia nos permitirá ver o C/2022 E3 (ZTF), de qualquer lugar, por meio de lives de alguns observatórios pelo mundo — como o The Virtual Telescope Project e o Real Pax.
O objeto errante foi descoberto em março de 2022, por uma câmera do observatório Zwicky Transient Facility (ZTE — por isso seu nome), nos Estados Unidos. Inicialmente, se acreditou tratar-se de um asteroide. Mas o aumento de seu brilho, ao passar a órbita de Júpiter, revelou que o C/2022 E3 (ZTF) tinha origem cometária.