O dólar comercial fechou hoje em alta de 1,3%, cotado a R$ 5,283. Investidores aguardam uma possível votação da PEC da Transição no Senado e a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, na quarta-feira.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), colocou a PEC da Transição na pauta da próxima quarta-feira no plenário da Casa, apesar de a proposta ainda estar na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para avaliação dos senadores, informou a presidência da Casa na noite de domingo.
A expectativa é de que a PEC da Transição seja debatida na terça-feira na CCJ no Senado e votada na comissão na manhã de quarta, para então ir ao plenário da Casa na tarde da mesma quarta.
Da forma que foi protocolada no Senado na semana passada, a PEC abre uma exceção à regra do teto de gastos de quase R$ 200 bilhões por quatro anos, em grande parte para custear o Bolsa Família. O valor não foi bem recebido pelos mercados, que esperam que o montante seja reduzido durante a tramitação no Congresso.
As preocupações de investidores sobre os gastos buscados pelo governo eleito têm sido exacerbadas pela falta de definição de quem será o ministro da Fazenda do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), figura que poderia ajudar na negociação da PEC, dizem especialistas.
“Incerteza quanto aos nomes dos ministros segue como principal balizador do cenário interno, juntamente com as discussões sobre a PEC da Transição”, disse o Banco Inter em nota, citando também possível pressão vinda do exterior após a divulgação de dados de emprego norte-americanos robustos no final da semana passada.
Já para o Copom há consenso no mercado de que a taxa Selic será mantida nos atuais 13,75%, mas investidores ficarão atentos a qualquer indicação do comitê sobre como as atuais incertezas fiscais podem afetar decisões de alta de juros.
“O Copom deve reforçar sua postura cautelosa com o processo desinflacionário em curso, talvez aumentando o tom sobre a possibilidade de alta da taxa de juros”, disse o Citi em relatório, embora tenha como cenário base a manutenção da Selic nesta semana.
No exterior, a manutenção de temores sobre a trajetória de aperto monetário do banco central dos Estados Unidos colaborava para o desconforto de investidores.
*Com Reuters