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Colômbia cria Ministério da Igualdade e Equidade que será chefiado por Francia Márquez

Colômbia cria Ministério da Igualdade e Equidade que será chefiado por Francia Márquez

Uma proposta popular

A proposta de criação do ministério foi fruto de elaborações do movimento popular. Na Colômbia, existem dezenas de organizações do povo afrocolombiano, incluindo o Movimento Cimarrón, Conferência Nacional de Organizações Afrocolombianas, a Mesa Nacional de Mulheres Negras, entre outras.

Em 2011, declarado o “ano afro” na Colômbia, estas organizações se uniram para pressionar pela aprovação da lei 1482 que penaliza o racismo e a discriminação. Uma das recomendações que partiram deste encontro foi justamente a criação de um braço institucional que implementasse políticas antirracistas no país.

Francia Márquez assumirá o ministério com um histórico de militância no movimento negro da Colômbia e defesa do protagonismo da pauta antirracial. Desde 1997, é integrante da Organização de Processos Comunidades Negras da Colômbia. Já entre 2010 e 2013, foi presidenta da Associação de Mulheres Afrodescentes de Yolombó.

Logo após a vitória eleitoral, em maio deste ano, Francia visitou o Brasil e reuniu-se com parlamentares e representantes do movimento negro nacional, a fim de conhecer de perto políticas de inclusão social aplicadas durante os governos do Partido dos Trabalhadores, como as ações afirmativas, que implementaram a política de cotas nas universidades públicas.

Já na primeira semana de dezembro, Francia participou da primeira sessão do Fórum Permanente de Afrodescendentes das Nações Unidas, propondo o perdão da dívida externa dos países que sofreram com o colonialismo e a escravidão.

“Não podemos seguir na retórica de denunciar, sem que os países e a ONU, assumam de maneira real, além das recomendações, alguns compromissos. Propomos o perdão da dívida externa como um caminho de reparação histórica para a população afrodescendente. Nossos países continuam pagando dívida a países colonizadores e países que estiveram comprometidos com a escravidão que não nos permitiram viver com dignidade”, disse a vice-presidenta colombiana.

Assim como no Brasil, a escravidão na Colômbia durou mais de 300 anos, de 1512 a 1851.

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