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Celular fica mais barato com fim da covid zero na China

Celular fica mais barato com fim da covid zero na China

Há pouco mais de um mês, em 8 de janeiro, a China abriu suas fronteiras para viajantes internacionais. Quem possui um visto válido para entrar no país pode comprar uma passagem aérea e desembarcar livremente em território chinês, sem precisar cumprir quarentenas ou fazer testes de covid.

As restrições foram suspensas também para os moradores da China, que viviam há três anos sob forte restrição para se deslocar de uma cidade para outra. A decisão política da China é relevante para o mundo pois, desde 2010, o país é o líder mundial em produção industrial.

Quando se analisa apenas a manufatura de eletrônicos — como a produção de TVs, smartphones, computadores e afins — a participação chinesa nessa cadeia é de 90%.

Ou seja: 9 em cada 10 eletrônicos no mundo foram montados, fabricados ou possuem, ao menos parcialmente, componentes “made in China”.

O fato de a maior potência industrial viver três anos sob restrições de deslocamento teve enorme impacto na economia interna e, claro, internacional.

Executivos da Apple, Samsung, Dell e de dezenas de outros fabricantes estrangeiros de hardware tiveram suas visitas aos polos fabris radicalmente limitadas.

Mesmo o acesso dos trabalhadores chineses às plantas industriais foi prejudicado como, por exemplo, durante o rigoroso lockdown aplicado à província de Xangai no final de 2022.

Os desdobramentos dessa política contribuíram, por exemplo, para acelerar a inflação dos eletrônicos em todo mundo. Quem precisou trocar de smartphone no último ano sabe bem como a prioridade dada à “covid zero” impactou preços.

Ocorre que, na China, há uma prioridade que se sobrepõe a qualquer outra, a estabilidade política.

Se, no início, a população local foi compreensiva — e até orgulhosa — com as limitações impostas em nome da saúde, com o passar dos anos, passou a manifestar-se, de forma cada vez mais ousada, contra a “covid zero”, em claro desafio às autoridades locais.

A liberação, como era de se imaginar, inicialmente elevou enormemente o número de mortos por covid no país, mas logo depois os possíveis efeitos da “imunidade de rebanho” e da ampla vacinação estabilizaram a doença, além, é claro, de diminuir drasticamente a pressão social no país.

O fato é que, com as viagens liberadas e o tráfego interno de trabalhadores sem restrições, a produção industrial da China voltou a seus melhores momentos e os preços começaram a recuar.

Espera-se que em mais dois ou três meses, os eletrônicos exportados pela China atinjam seus menores custos desde o início da pandemia, em 2019.

Será a hora certa para comprar um novo eletrônico.

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