Como a Copa do Mundo é dinâmica, cada nova possibilidade de eliminação acaba tirando o foco da anterior. Alemanha e Bélgica ainda digeriam suas saídas precoces na fase de grupos na quinta-feira (1º) quando o Uruguai entrou em campo contra Gana na sexta (2) ameaçando se juntar a eles. Em último no grupo H e sem ter marcado um gol sequer, precisava desesperadamente vencer. Mas não era só isso.
A partida já era quente antes mesmo de começar porque trouxe à tona um dos lances mais inusitados da história das Copas: a defesa de Luis Suárez com as mãos contra os ganeses nas quartas de final de 2010.
Praticamente um bloqueio de vôlei, evitou um gol claro do adversário e ajudou os uruguaios a vencer. Antes do reencontro no Qatar, o atacante disse que não pediria desculpas pelo momento que compete em nível de bizarrice em Mundiais com outro também dele, a mordida em Chiellini em 2014.
Desta vez, Gana, de novo, perdeu um pênalti. Arrascaeta fez dois gols. Mas, a poucos minutos do fim, a Coreia do Sul marcou contra Portugal na outra partida do grupo. A esperança virou desespero e a celeste acabou eliminada pelo critério de gols marcados. Triste ver um fim precoce para Suárez, Cavani e cia. Com mais um campeão mundial fora, que sirva de lição para quem fica.
Se saiu ou não, fato é que o mérito é do Japão
Se você passou o dia seguinte à vitória do Japão sobre a Espanha por 2 a 1 tentando descobrir se a bola saiu ou não pela linha de fundo na jogada da virada japonesa, saiba que não está sozinho.
Foram incontáveis análises de canais de TV esportivos mostrando o lance por diversos ângulos –por um lado a bola está fora de campo, por outro belisca a linha; vídeos caseiros de quem pegou o celular e uma bola em casa e colou fita crepe no chão para mostrar que a interpretação varia dependendo de como se olha; e até a sugestão de um comentarista aqui na Inglaterra de que a regra poderia ser mudada para que a bola tenha que estar fisicamente dentro ou fora de campo, e não apenas que a curvatura dela esteja sobre a linha.
Se alguém ainda não viu, a polêmica foi no início do segundo tempo quando o jogo estava 1 a 1. Kaoru Mitoma recebeu a bola na risca da linha de fundo e cruzou para Ao Tanaka marcar. O árbitro invalidou o gol, o VAR (árbitro de vídeo) interveio e confirmou. A confusão foi maior porque as imagens das câmeras de transmissão de TV davam a impressão de a bola ter saído, e o ângulo usado pelo VAR não foi divulgado na hora.
O lance teve ainda mais destaque porque os três pontos da vitória japonesa deixaram a Alemanha fora da Copa. Ainda vai gerar debate, mas algo é certo: não foi o Japão que tirou os alemães. A Alemanha eliminou a si própria. Com uma vitória, um empate e uma derrota, sai pela segunda vez seguida na fase de grupos de um mundial. Mérito para quem venceu duas potências europeias.
Trio com brasileira faz história
Era de se esperar que qualquer jornal, ao dar destaque à partida entre Costa Rica x Alemanha em sua capa de sexta (2), escolhesse como foto principal um lance de jogo. Mas o britânico The Guardian, um dos mais importantes do mundo, colocou a brasileira Neusa Back, a francesa Stéphanie Frappart e a mexicana Karen Diaz Medina –primeiro trio de arbitragem feminino em uma Copa do Mundo masculina de futebol.
Foram precisos 92 anos para que isto acontecesse. Parabéns a elas pela conquista e por inspirarem outras meninas a seguirem essa carreira.
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