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Bloqueios nas estradas afetam abastecimento em supermercados e postos

Os bloqueios de estradas e rodovias por caminhoneiros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) já afetam o abastecimento de supermercados e postos de combustíveis, segundo entidades do setor. Ainda há 267 obstruções em rodovias, de acordo com balanço da Polícia Rodoviária Federal divulgado pouco depois das 10h30.

Bolsonaro ainda não se manifestou sobre a situação ou sobre a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de domingo (30), fato que motivou os bloqueios das estradas e rodovias por seus apoiadores. Ele já é o candidato derrotado que mais demorou a reconhecer a vitória do adversário em uma corrida presidencial.

Veja o que disseram as entidades dos setores de supermercados, combustíveis e outros:

Supermercados

O presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), João Galassi, pediu apoio ao presidente Jair Bolsonaro para lidar com as dificuldades de abastecimento “que já começam a enfrentar os supermercadistas em função da paralisação dos caminhoneiros nas estradas do país”.

Combustíveis

Em nota ao UOL, a Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes) disse que aguarda a liberação das estradas pelos caminhoneiros o mais breve possível, “em prol do restabelecimento da normalidade do abastecimento nacional”.

“O direito à manifestação não pode estar à frente do bom senso, podendo causar prejuízos à economia do país e à liberdade de ir e vir dos cidadãos que estão em trânsito”, acrescentou.

Já há postos sem combustíveis em Santa Catarina e Brasília, mas não há desabastecimento nacional, ainda segundo a Fecombustíveis.

O Sindicombustíveis-DF (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal) registrou casos de dificuldade de transporte dos caminhões que levam etanol anidro, tipo de álcool misturado à gasolina, para a região. Por precaução, as distribuidoras entraram em “adequação” na noite de ontem (31), limitando a cota de combustível a ser entregue por dia.

Postos do entorno, que recebem combustível de Goiânia, já estão sem produto, de acordo com a entidade.

“Cremos que os estoques possam duram por até 7 dias, mas é preciso confirmar com as distribuidoras”, disse o presidente do Sindicombustíveis-DF, Paulo Tavares, em nota.

Medicamentos e vacinas

Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo), disse ao UOL que a entidade recebeu o relato de uma empresa que está com uma carga parada e não consegue entregar os produtos.

Na greve dos caminhoneiros de 2018, o setor conseguiu negociar a liberação dos caminhões que transportavam medicamentos. Desta vez, porém, está com dificuldade de estabelecer um diálogo. “Estamos tentando trabalhar nessa linha outra vez. O grande problema é saber quem é a liderança desse movimento”, explica.

Já o Instituto Butantan informou à imprensa que uma carga de ovos que serão usados para produzir vacinas contra a gripe está presa em um bloqueio próximo a Jundiaí (SP), a 47 km de São Paulo. Caso a carga não chegue ao Butantan, que fica na zona oeste da capital paulista, a produção de 1 milhão e meio de doses do imunizante contra a H3N2 pode ser comprometida.

Aviões

A Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) publicou uma nota em seu site oficial informando ter alertado as autoridades sobre o impacto dos bloqueios na malha aérea. Se as obstruções persistirem, continuou a entidade, “o setor poderá sofrer com desabastecimento de combustível” ao longo do feriado de quarta-feira (2), Dia de Finados.

“O transporte aéreo também pode ser impactado pela dificuldade de chegada de profissionais, tripulantes e passageiros aos aeroportos, inviabilizando a operação e prejudicando, ainda, atividades essenciais como o transporte gratuito de órgãos para transplantes e o envio de cargas”, completa.

A Abear ainda recomenda aos passageiros que se desloquem com antecedência e continuem acompanhando a situação das vias de acesso aos aeroportos.

Até as 9h30, ao menos 25 voos já haviam sido cancelados no Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos devido ao bloqueio da Rodovia Hélio Smidt por bolsonaristas, segundo publicado pela Folha de S. Paulo.

Sem atualizações

Questionada pelo UOL sobre possíveis efeitos dos bloqueios, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) disse que está acompanhando a situação e que se mantém “em contato permanente com representações setoriais e estaduais quanto a seus impactos sobre as atividades produtivas do país”.

Já a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) informou que vai se manifestar se houver atualizações sobre o caso.

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