Anunciado como integrante da equipe do governo de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega vai ficar fora do time oficial por ter sido condenado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) no caso das “pedaladas fiscais”, que levaram ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Ele vai se juntar como “colaborador voluntário” no grupo técnico de planejamento, orçamento e gestão do gabinete de transição.
Na última terça-feira (8), o nome de Mantega foi anunciado pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB): “É muito importante a sua experiência, a sua participação”, afirmou.
Na quinta-feira (10), Alckmin informou que Mantega seria integrante do grupo técnico responsável por planejamento, orçamento e gestão.
O nome do ex-ministro foi publicado no Diário Oficial da União, junto com outros integrantes do governo de transição.
Inabilitado pelo TCU. Guido Mantega, no entanto, está inabilitado a ocupar cargo público. Por isso, vai participar “como colaborador voluntário, conforme previsto na legislação desde 2002”, informa o PT.
Ao UOL, o ex-ministro da Fazenda disse que não está atuando formalmente na equipe. “Sou colaborador voluntário na equipe de transição. Não ocupo cargo público e nem recebo um tostão por causa disso”, afirmou.
Nos bastidores do TCU, entretanto, ministros questionam se essa atuação voluntária seria uma opção válida. O argumento discutido internamente na Corte é de que o escopo da lei que rege a administração pública trata de afastar o profissional condenado.
À Folha, Mantega disse que não vai ocupar nenhum ministério novamente.
BID. Nos últimos dias, Mantega protagonizou uma polêmica envolvendo o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn, indicado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) para concorrer à presidência do banco.
Mantega procurou outros países do grupo para pedir o adiamento da eleição, marcada para o próximo domingo (20). Argumentou que Goldfajn não seria o nome apoiado pela gestão Lula. O BID, entretanto, ignorou o pedido e manteve o pleito.