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Apple pressiona EUA a pegar leve com a China

Apple pressiona EUA a pegar leve com a China

Os Estados Unidos possuem um grande obstáculo em seus esforços para “chutar” a escada da ascensão tecnológica da China: a Apple.

A empresa mais valiosa do país (e do mundo), com valor de mercado superior a US$ 2,3 trilhões, é o principal ator a pressionar as autoridades americanas, fazer lobby no Congresso e mover-se nos bastidores para que Washington não cruze a linha vermelha em seu conflito comercial com Pequim.

Dados publicados pela consultoria Counterpoint revelam que 95% de todos os iPhones fabricados no mundo são montados na China, número que por si só mostra a dependência da maçã do parque industrial chinês.

Eu sei, eu sei… a Apple poderia mover suas fábricas para qualquer outra parte do mundo, como os países do Sudeste da Ásia, nações da América Latina ou mesmo repatriar seus investimentos para os Estados Unidos.

Ocorre que tal decisão impactaria enormemente os lucros da corporação, que se baseiam fortemente na elevada eficiência (leia-se baixo custo) dos parques chineses.

Um iPhone “made in USA” teria custos bem mais elevados, logo, deixaria menos lucro no caixa da Apple.

Para muitos especialistas, no entanto, a “dependência” do parque industrial chinês é o menor dos problemas da Apple que, aos poucos, deve ir movendo parte de sua produção para fora da China, por razões estratégicas (evitar dependência tão alta de um só país) e por razões econômicas (a China já não é tão barata como há 20 anos, e os custos locais vêm subindo…)

O motivo maior da paixão da Apple pela China é, justamente, o tamanho de seu mercado interno, que consome vorazmente iPhones, iPads e iMacs.

Segundo dados consolidados pelo Statista, a China é o maior mercado da maçã fora dos Estados Unidos. No primeiro trimestre deste ano, diz o Statista, a Apple apontou lucro de US$ 25,78 bilhões na “Grande China”, o que inclui Taiwan e Hong Kong.

Para efeito de comparação, a soma do lucro obtido em todos os países da Europa no mesmo período foi de US$ 27,7 bilhões.

Com tanto dinheiro sobre a mesa, tudo o que Tim Cook, CEO da Apple, deseja é que o governo de seu país não crie problemas (demais) com os chineses.

Por ora, parece que Cook tem conseguido seus objetivos.

Em meio ao tiroteio comercial entre americanos e chineses, as operações da Apple (e seus lucros) na China seguem intocados.

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