O Apple Watch atualmente mede batimentos cardíacos, a saturação de oxigênio e modelos mais novos até realizam eletrocardiograma. O próximo tipo de medida que a Apple quer inserir em seu relógio inteligente é a de glicose (o nível de açúcar do sangue) sem a necessidade de picadas.
Segundo fontes da Bloomberg, a empresa já tem uma prova de conceito de um relógio que mede a glicose sem precisar fazer um furo na pele — a maioria dos sistemas atuais exige uma gota de sangue para analisar o nível de açúcar.
O próximo desafio é tentar miniaturizar o equipamento, mantendo o nível de confiabilidade que ele tem, além de obter o aval de agências de saúde.
A reportagem da revista de negócios dos EUA diz que a empresa acredita que pode “eventualmente disponibilizar o monitor de glicose no mercado”.
A medição de glicose é especialmente importante para quem tem diabetes. A possibilidade de saber o nível de “açúcar no sangue” de forma simples pelo relógio poderia ajudar no monitoramento da doença, como ainda prevenir pessoas que estão no estágio pré-diabetes tipo 2.
O organismo de quem tem diabetes não produz quantidade suficiente de insulina ou não consegue empregar o hormônio produzido de forma adequada.
Não cuidar da doença pode danificar órgãos, nervos e vasos sanguíneos de maneira irreversível. A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que pelo menos 36% das pessoas que têm a doença no país ainda não sabem da condição.
Como funcionaria
De acordo com a reportagem da Bloomberg, em vez das picadas, a Apple usaria usará um processo de espectroscopia de absorção óptica.
O relógio emitiria luzes na pele da pessoa, que conseguiriam detectar substâncias que vazam dos vasos sanguíneos que podem ser absorvidos pela glicose. Essa luz refletiria de volta para um sensor de modo a indicar a concentração de glicose.
Um algoritmo, então, ajudaria a determinar o nível de glicose da pessoa.
Sem previsão para lançamento
Apesar da reportagem, ainda não há previsão para lançamento para o público — a Apple costuma lançar Apple Watches junto com novos iPhones em seu tradicional evento de setembro.
Por ora, o que se sabe é que internamente a empresa considera a tecnologia madura o suficiente para ser liberada para uso.
Segundo a Bloomberg, o desenvolvimento do monitor de glicose está sendo feito há pelo menos 10 anos por uma divisão da Apple chamada XDG (Exploratory Design Group, algo como Grupo de Design Exploratório).
Este setor, responsável por projetos espaciais, também estaria por trás do desenvolvimento dos óculos de realidade mista e em tecnologias de condução semi-autônoma de carros.