Ação das Americanas (AMER3) fechou em queda de 38,41% hoje, 16. Na contramão, as concorrentes Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) terminaram o dia em alta de 12,24% e 10,55%, respectivamente. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, caiu 1,54% no dia.
As ações valiam R$ 12 até quarta-feira, antes do escândalo contábil e da divulgação da dívida de R$ 40 bilhões da companhia. Agora, valem R$ 1,94, queda de 83,83%.
O tamanho do buraco das Americanas só foi conhecido na sexta-feira, 13, depois do fechamento do mercado. Na semana passada, a empresa declarou rombo de R$ 20 bilhões em seu balanço, no mesmo dia em que o ex-CEO Sérgio Rial deixou o comando da companhia.
Já na sexta-feira, a empresa pediu proteção judicial contra bancos e credores, para evitar precisar pagar antecipadamente uma dívida de mais de R$ 40 bilhões.
A empresa obteve na sexta-feira decisão da Justiça protegendo-a por 30 dias contra vencimento antecipado de dívidas, prazo que a varejista poderá usar para obter uma acordo com credores ou pedir uma recuperação judicial.Na decisão, o juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial do Rio, informou que as Americanas alegaram o risco de seus credores pedirem o vencimento antecipado de R$ 40 bilhões em dívidas.
Reação à proteção judicial
Ontem, o banco BTG Pactual recorreu contra essa limiar na justiça.
Para o BTG, os três acionistas de referência das Americanas — os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, sócios do fundo 3G Capital — estão sendo protegidos.
“Os três homens mais ricos do Brasil (…), ungidos como uma espécie de semideuses do capitalismo mundial ‘do bem’, são pegos com a mão no caixa daquela que, desde 1982, é uma das principais companhias do trio”, diz o documento.
A petição classifica o episódio como “a maior fraude corporativa de que se tem notícia na história do país”.