Após o rombo milionário na empresa, as Americanas contrataram a a consultoria de serviços Alvarez & Marsal, onde o ex-ministro e senador eleito Sergio Moro trabalhou.
Em nota, a varejista informou que a consultoria fará “Project Management Office”, que visa otimizar processos e acompanhar a produção. Especificamente, a Alvarez & Marsal entrará no processo de recuperação judicial da empresa.
A consultoria foi responsável pela recuperação judicial da Odebrecht, alvo da Operação Lava Jato.
O objetivo da Companhia é assegurar que a equipe executiva tenha todo apoio e ferramentas de referência no mercado para atingir os objetivos estratégicos do negócio.”
Nota das Americanas assinada por João Guerra, Diretor Presidente e de Relações com Investidores
O comunicado ainda assegurou que as Americanas manterão os acionistas e o mercado atualizados sobre a recuperação judicial.
Na quinta-feira, a 4ª Vara Empresarial do Rio, aceitou o pedido de recuperação judicial das Americanas. A empresa declarou em seu pedido dívidas de R$ 43 bilhões de um total de cerca de 16.300 credores.
Até o terceiro trimestre de 2022 (dado do último balanço financeiro), antes da revelação do rombo nos balanços das Americanas, a empresa informava um endividamento bruto de R$ 19,3 bilhões.
Entenda a crise das Americanas
- A recuperação judicial é um instrumento jurídico que tem como objetivo dar fôlego para uma empresa se recuperar de uma situação financeira difícil e evitar a falência.
- O ex-CEO da empresa Sérgio Rial ficou apenas dez dias no cargo e pediu demissão após revelar um rombo de R$ 20 bilhões na empresa
- No dia 13, as Americanas conseguiram uma proteção liminar contra credores e a Justiça deu 30 dias para a empresa decidir se pedirá ou não recuperação judicial, citando uma dívida potencial de R$ 40 bilhões.
- A agência S&P rebaixou a nota de risco de crédito das Americanas para “D”, de default (calote).
- Bancos conseguiram reverter a decisão liminar e, em razão da falta de avanço nas negociações com credores, as Americanas decidiram pelo caminho da recuperação judicial.
- BTG Pactual, Bradesco e Santander Brasil estão entre os mais expostos à dívida da varejista.
- A CVM abriu investigações para apurar o escândalo contábil. Um grupo de acionistas minoritários também entrou na Justiça pedindo indenização e dizendo que a empresa “manipulou fatos e dados”.
- Para justificar o pedido de recuperação judicial, a empresa argumentou que sem a proteção contra credores há risco de ‘absoluto aniquilamento do fluxo de caixa’ do grupo, o que impedirá o pagamento de fornecedores e funcionários.
- A empresa afirma manter mais de 100 mil empregos diretos e indiretos, e reunir 3.600 estabelecimentos no país.