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Alto-falante inteligente facilita dia a dia de pessoas com deficiência

Alto-falante inteligente facilita dia a dia de pessoas com deficiência

Cadeirante há 21 anos após sofrer um acidente de carro, o empresário Bruno Maffuz, 38, adquiriu um alto-falante inteligente há pouco mais de um ano pensando em melhorar a acessibilidade dentro de casa.

Acender uma luz, acionar o ar-condicionado ou ligar a TV se tornavam tarefas muitas vezes complicadas para ele, que precisava pedir ajuda de outra pessoa. Com o dispositivo conectado à internet, é possível pedir em voz alta para que ele faça coisas (como tocar uma música).

“Acionar diferentes dispositivos via comando de voz facilita muito a minha vida”, afirma a Tilt.

“Em casa, aciono lâmpadas, televisão e cortina sem necessidade de deslocamento e sem precisar do controle remoto. Pode parecer algo pequeno, mas é muito difícil para um cadeirante como eu procurar pelo controle, que às vezes pode estar até debaixo do sofá, por exemplo”, completa

Além de ajudar nessas tarefas, Maffuz, que é fundador da startup de tecnologia Guiaderodas, que capacita empresas para serem mais acessíveis, lembra ainda que é possível automatizar algumas funções e usar o alto-falante de modo ainda mais prático.

Por exemplo: dá para determinar que a persiana da janela do apartamento seja aberta e fechada em horários agendados por meio do equipamento eletrônico.

“A tecnologia vem para facilitar a nossa vida e torná-la mais acessível”, destaca o empresário.

Dá independência e espanta a solidão

Além de dar um senso maior de independência, os dispositivos também podem ajudar quem mora sozinho e se sente solitário, segundo uma nova pesquisa feita pela Ofcom, órgão regulador do setor de comunicações do Reino Unido.

115 pessoas participaram do estudo, dentre as quais 15 nunca haviam usado um alto-falante. Sem quantificar os resultados, a pesquisa traçou diferentes conclusões a respeito da forma como esses aparelhos são usados. O relatório está disponível integralmente em inglês.

Parte dos entrevistados descreveu seu equipamento eletrônico como um companheiro e disse que gosta de conversar com ele.

Entre os participantes com algum tipo de deficiência física, a conclusão foi de que a presença do equipamento em casa teve um impacto significativo nas suas vidas, dando-lhes maior independência e ajudando-os até mesmo a melhorar sua capacidade de fazer diversas atividades.

“Meus cuidadores não precisam ficar acordando a cada cinco minutos para me ajudar. Como esta noite, pude apenas pedir para acender as luzes e o equipamento acendeu. Anos atrás, antes de ter essa facilidade, eu teria que pedir às pessoas para fazer as coisas manualmente”, disse um dos voluntários do levantamento.

Outros usos para o alto-falante

O uso desses aparelhos no Brasil ainda ganha espaço e não é tão popular quanto nos Estados Unidos e Europa — eles ainda têm um preço elevado no país para muita gente.

Mas para se ter uma ideia, a presença deles em residências britânicas quase dobrou durante a pandemia, segundo uma outra pesquisa realizada pela Ofcom, no começo de 2022.

Há dois anos, esses equipamentos estavam presentes em 22% dos domicílios do Reino Unido, sendo que, em maio deste ano, o índice já havia passado para 39%.

Os principais usos são:

  • 86% – para escutar música em apps de streaming
  • 82% – para saber a previsão do tempo
  • 79% – como alarme e lembrete para atividades
  • 73% – para fazer perguntas e pesquisas online
  • 70% – para escutar rádio tradicional
  • 56% – para escutar notícias
  • 40% – para saber informações de viagem
  • 37% – para escutar podcasts
  • 34% – para controlar aparelhos domésticos, como TV
  • 28% – para fazer lista de compras
  • 21% – para fazer ligações e mandar mensagens e emails
  • 20% – para jogar jogos em áudio
  • 14% – para escutar audiolivros
  • 13% – para assistir a vídeos

Desconfiança da tecnologia

Apesar da popularidade em alguns países, algumas pessoas ainda os veem com desconfiança.

Segundo a mesma pesquisa, houve uma mistura de pontos de vista sobre a necessidade de ter um equipamento desses em casa – alguns consideram um luxo desnecessário.

Outros questionam a possibilidade de criminosos usarem os alto-falantes inteligentes para roubar dados, detalhes bancários ou identidades por meio de hackers, como já aconteceu com outras tecnologias como babás eletrônicas e roteadores.

Já entre as frustrações relatadas pelos entrevistados estão a incompreensão de comandos (principalmente por causa de sotaques ou problemas de fala), a apresentação de resultados errados e a ativação não-solicitada.

*Com informações The Guardian

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