O “Relatório Anual de 2022 sobre Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAP)” foi publicado ontem (12), pelo Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI) do Pentágono, trazendo a análise de 510 avistamentos de óvnis (objetos voadores não identificados) e suas possíveis explicações.
Segundo o documento, foram registrados 247 novos fenômenos não identificados desde junho de 2021, e outras 119 notificações anteriormente arquivadas voltaram para análise. Antes, o departamento já havia analisado 144 avistamentos suspeitos (e achou explicação para apenas 1; era um balão inflável).
Totaliza-se 510 registros, realizados por militares dos Estados Unidos, nos últimos anos.
Agora, o ODNI avaliou os demais 366 avistamentos (os 247 novos e os 119 arquivados), chegando à seguinte conclusão:
- 26 eram sistemas de aeronaves não tripulados (UAS), ou drones
- 163 eram balões ou “entidades semelhantes a balões”
- 6 eram “desordem” no ar, como pássaros ou sacolas plásticas voando
- 171 permanecem sem explicação
Assim, temos um total de 314 ocorrências sem explicação (estes 171 mais os 143 anteriores). Isso se deve à falta de imagens e dados suficientes para explicar os estranhos comportamentos dos objetos e luzes.
“Alguns desses UAP não caracterizados parecem ter demonstrado características de voo incomuns ou capacidades de desempenho e requerem uma análise mais aprofundada”, diz o relatório.
UAP é a nova nomenclatura do governo norte-americano para óvnis. Não quer dizer que seja algo extraterrestre. Pela definição, é “qualquer coisa no espaço, no ar, na terra, ou até mesmo no fundo do mar, que não consiga ser identificada e que possa representar uma ameaça às instalações ou operações militares do país”.
Avistamentos preocupam
Embora não haja conclusões definitivas sobre as origens de todos os UAP analisados, o documento destaca uma preocupação crescente com a segurança do espaço aéreo. Até o momento, “não houve colisões relatadas entre aeronaves dos EUA e UAP”, mas parece ser uma questão de tempo. Além disso, a proliferação de drones pode representar esforços de coleta de informações de nações rivais.
O grande aumento do número de registros pode ser explicado pela evolução tecnológica, com mais aeronaves voando e também mais equipamentos escaneando os céus, e também pela orientação para que os militares relatem anomalias.
“Os relatórios são derivados da lembrança precisa do observador do evento e/ou sensores que geralmente operam corretamente e capturam dados reais suficientes para permitir avaliações iniciais”, diz o documento, ressaltando que fatores como condições climáticas, iluminação e efeitos atmosféricos podem afetar a observação dos UAP. Além disso, alguns dos avistamentos catalogados podem ter sido causados por erro do operador ou do equipamento de deteção.
“Devemos interromper a especulação sem escrúpulos, quebrar tabus e investir na ciência para enfrentar essa ameaça à segurança nacional”, declarou Ryan Graves, ex-piloto do F/A-18 da Marinha e presidente do Instituto Americano de Fenômenos Aeroespaciais Não Identificados de Aeronáutica e Astronáutica.