Por David Lawder
NOVA YORK (Reuters) – A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse nesta quarta-feira que o Twitter deve seguir certos padrões de conteúdo, argumentando que “não é tão diferente” das estações de rádio e emissoras sujeitas a tais regras.
Falando no New York Times Dealbook Summit em Nova York, Yellen também disse acreditar que havia preocupações legítimas de segurança nacional relacionadas ao TikTok, o aplicativo de compartilhamento de vídeo de propriedade chinesa.
Yellen se recusou a dizer se o Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS), liderado pelo Tesouro, estava conduzindo uma revisão do Twitter após alguns pedidos de investigação de uma participação da Arábia Saudita na empresa após a aquisição da plataforma pelo bilionário Elon Musk.
Ela disse que o comitê analisa atentamente as aquisições e investimentos em empresas norte-americanas por compradores estrangeiros que possam representar riscos à segurança nacional.
“Não vou dizer especificamente o que estamos ou não olhando”, disse Yellen. “Não comentamos sobre o trabalho em andamento. Mas se houver tais riscos, seria apropriado que o CFIUS desse uma olhada.”
Musk acusou na segunda-feira a Apple de ameaçar bloquear o Twitter de sua loja de aplicativos e disse que a Apple estava pressionando o Twitter sobre as demandas de moderação de conteúdo.
Yellen disse acreditar que era apropriado que Apple e Google exigissem certos padrões de conteúdo. “Acho que é uma coisa boa, se a Apple está olhando para o conteúdo. A maioria das estações de transmissão está sujeita a padrões em termos do que transmitem ao público. E o Twitter não é tão diferente de outras estações de transmissão”, disse Yellen.
Questionado se era bom que tais plataformas supervisionassem o conteúdo, Yellen disse. “É um tipo de controle que eu acho necessário.”
Em relação ao TikTok, que o diretor do FBI, Chris Wray, disse que levanta preocupações de segurança nacional devido ao risco de o governo chinês aproveitar o aplicativo de compartilhamento de vídeo para influenciar os usuários ou controlar seus dispositivos, Yellen disse que também acredita que há “preocupações legítimas de segurança nacional”.
“Isso é um caso em andamento”, acrescentou Yellen.