Fraldas geriátricas, anticoncepcionais e medicamentos para asma, diabetes, hipertensão, osteoporose, entre outros, podem ser obtidos de graça ou com descontos de até 90% no programa Farmácia Popular, do governo federal.
Para isso, é preciso buscar os estabelecimentos conveniados e apresentar documento com foto e receita médica, que pode ser obtida no SUS (Sistema Único de Saúde) ou com um médico particular.
O Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB) foi pensado para complementar a Atenção Primária à Saúde (APS). O poder público faz parceria com farmácias e drogarias da rede privada para a população ter acesso aos medicamentos, além das próprias Unidades Básicas de Saúde e farmácias municipais.
Fraldas geriátricas e anticoncepcionais também são distribuídos com preço subsidiado, com descontos que chegam a 90%.
O site do governo disponibiliza os informes e requisitos de acesso ao programa para eventuais dúvidas.
O que é o Farmácia Popular? É um dos principais programas para distribuição de medicamentos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), atendendo a mais de 21 milhões de brasileiros.
Em 2021, foram distribuídas 14,3 bilhões de unidades de medicamentos. Até junho de 2022, mais de 7,2 bilhões de remédios já foram entregues para a população brasileira, segundo informações do Ministério da Saúde.
Quais farmácias fazem parte do programa? O Ministério da Saúde mantém uma página na internet com o mapa do Brasil em que é possível pesquisar por estado e cidade os endereços dos estabelecimentos conveniados. A busca pode ser feita aqui.
O UOL entrou em contato com a pasta para confirmar se as informações estão atualizadas, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Que medicamentos são distribuídos? Alguns são dados totalmente de graça, enquanto outros têm desconto.
O Farmácia Popular oferece medicamentos gratuitos para o tratamento de diabetes, asma e hipertensão.
Em outros casos, há descontos: dislipidemia, rinite, doença de Parkinson, osteoporose, glaucoma, anticoncepção e também fraldas geriátricas. Quando for com desconto, o Ministério da Saúde paga uma parte do medicamento, chegando até 90% do valor de referência tabelado, e a pessoa paga a diferença.
Confira a lista dos 13 princípios ativos com 100% de gratuidade:
- Brometo de Ipratrópio (asma);
- Dipropionato de Beclometsona (asma);
- Sulfato de Salbutamol (asma);
- Cloridrato de Metformina (diabetes);
- Glibenclamida (diabetes);
- Insulina Humana (diabetes);
- Insulina Humana Regular (diabetes);
- Atenolol (hipertensão);
- Captopril (hipertensão);
- Cloridrato de Propranolol (hipertensão);
- Hidroclorotiazida (hipertensão);
- Losartana Potássica (hipertensão);
- Maleato de Enalapril (hipertensão)
- Besilato de Anlodipino 5 mg (hipertensão arterial);
- Succinato de Metoprolol 25 mg (hipertensão arterial);
- Espironolactona 25 mg (hipertensão arterial);
- Furosemida 40 mg (hipertensão arterial).
Veja a lista dos medicamentos com descontos:
- Acetato de Medroxiprogesterona (anticoncepção);
- Alendronato de Sódio (osteoporose);
- Budesonida (rinite)
- Carbidopa + Levodopa (doença de Parkinson);
- Cloridrato de Benserazida + Levodopa (doença de Parkinson);
- Etinilestradiol + Levonorgestrel (anticoncepção);
- Maleato de Timolol (glaucoma);
- Noretisterona (anticoncepção);
- Sinvastatina (colesterol);
- Valerato de Estradiol + Enantato de Noretisterona (anticoncepção);
- Dapagliflozina 10 mg (diabetes mellitus tipo 2 associada a doença cardiovascular);
- Fraldas geriátricas.
Como vejo quais remédios estão disponíveis? A lista completa pode ser conferida aqui.
Há também como ver as listas de remédios subsidiados e gratuitos por meio da consulta ao códigos de barras do produto dentro do portal do Ministério da Saúde. As informações foram atualizadas em 2022, conforme a Portaria GM/MS 3.677/2022.
Corte no Farmácia Popular: Enviado pelo atual governo de Jair Bolsonaro (PL) ao Congresso, o projeto de Orçamento para 2023 prevê corte de cerca de 60% dos recursos do programa Farmácia Popular. A redução pode dificultar o acesso aos medicamentos gratuitos e os com descontos.
Sem o Farmácia Popular, é possível que haja um aumento de internações por doenças que antes eram controladas, diz a coordenadora da Cictaf, Débora Melecchi.
O secretário-geral do Conselho Regional de Farmácia, Adriano Falvo, afirma que alguns medicamentos estão em falta devido ao impacto da guerra na Ucrânia e o pós-pandemia no mundo. Falvo diz que o farmacêutico pode sugerir remédios substitutos para que o paciente não interrompa o tratamento.
Segundo o CRF-SP (Conselho Regional de Farmácia de São Paulo), há falta de antibióticos, mucolíticos, anti-histamínicos e analgésicos. Um levantamento com 1.100 farmacêuticos indica que, entre os motivos, 56% apontaram desabastecimento de IFAs (insumo farmacêutico ativo), 17% de excipientes (ingredientes inativos) e 12,5% de insumos para manutenção de máquinas.
Outra pesquisa, da CNM (Confederação Nacional de Municípios), indica que 80,4% dos 2.469 municípios que responderam à consulta relataram falta de medicamentos básicos da assistência farmacêutica.