O ex-astro mirim Mickey Kuhn morreu no domingo (20), aos 90 anos, na casa de repouso onde vivia na Flórida. Segundo sua mulher, Barbara, ele tinha uma saúde excelente. O ator se aposentou da profissão em 1957, aos 25 anos, mas ficou famoso ainda na infância, ao estrelar …E o Vento Levou (1939). Kuhn era o último ator creditado do longa clássico que ainda estava vivo.
Na superprodução de quase quatro horas de duração, Mickey Kuhn deu vida a Beau Wilkes, filho de Ashley (Leslie Howard) e Melanie (Olivia de Havilland). A atriz vencedora de dois Oscars era a penúltima sobrevivente do elenco –ela morreu em 2020, aos 104 anos.
Kuhn ainda atuou em Dick Tracy, o Audacioso (1945) e viveu as versões mais jovens de Kirk Douglas (1916-2020) em O Tempo Não Apaga (1946) e de Montgomery Clift (1920-1966) em Rio Vermelho (1948). Ele retomou a parceria com Vivien Leigh (1913-1967) em Uma Rua Chamada Pecado (1951) e se provou um amuleto de sorte para a atriz –ela venceu seus dois Oscars por filmes em que contracenou com Kuhn.
A carreira artística de Mickey começou por acaso. Ele tinha se mudado para Los Angeles para que seu pai trabalhasse em um frigorífico. Aos dois anos, ele estava com a mãe na loja de departamento Sears Roebuck quando os dois foram abordados por uma mulher. “Ela disse que a Fox estava procurando por bebês gêmeos para um filme que estavam rodando [O Seu Primeiro Amor, de 1934]. Ela tinha uma menina muito parecida comigo e achava que nós dois poderíamos ser escalados. Eu consegui o papel, e a bebê não”, lembrou o ator em entrevista ao site Films of the Golden Age.
Em 1951, no auge da carreira, ele pausou a atuação para passar quatro anos na Marinha norte-americana. Voltou em 1955, com um pequeno papel em O Tirano da Fronteira, e fez uma ponta como marinheiro em Barcos ao Mar (1956). Aí, já tinha perdido a paixão pela atuação, e largou a carreira de vez depois de fazer três episódios da série Alfred Hitchcock Apresenta (1955-1962).
Fora de Hollywood, ele trabalhou na companhia aérea American Airlines em cargos de gerência até 1995, quando se aposentou de vez. Mickey Kuhn deixa a mulher, Barbara, dois filhos, Mick e Patricia, e uma neta, Samantha.