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Como as ondas do mar se formam e o que provoca as ressacas?

Como as ondas do mar se formam e o que provoca as ressacas?

Ondas são amadas por surfistas e temidas por banhistas pouco acostumados com o mar. Podem ser furadas, surfadas e rompidas. Mas você sabe como elas se formam?

O Sol aquece a superfície da Terra de maneira desigual. Isso acontece por causa das diferenças de relevo, distância e o eixo de inclinação do planeta, o que gera diferenças de pressão atmosférica e cria os ventos – principais responsáveis pela formação das ondas.

Ao soprarem de forma contínua por muitas horas (ou dias) sobre uma área muito grande do mar, os ventos transferem energia para a superfície da água e, por atrito, geram as ondas. A tendência é de que quanto mais energia é transferida, maiores as ondas e mais veloz seu deslocamento.

É assim que surgem as ressacas, quando fortes lufadas de ventos criam ondas muito maiores do que as normais. Já se a força dos ventos for de menor intensidade, as ondas serão menores e mais constantes.

Existem também os grandes sistemas de baixa pressão, como frentes frias, ciclones extratropicais e furacões, que apresentam ventos ainda mais intensos e capazes de gerar ondas bem grandes.

Essas ondas percorrem grandes distâncias pelos oceanos e se deslocam para longe de onde foram formadas. Nesse processo, se organizam como ondulações (ou swells, em inglês) bem alinhadas. São essas ondas que os surfistas buscam pelos mares do planeta.

tilt - Reprodução - Reprodução

Os surfistas amam. O alemão Sebastian Steudtner é reconhecido pelo Guinness pela maior onda já surfada na história

Imagem: Reprodução

Mas, além da ação dos ventos, ondas podem ser formadas por perturbações na superfície da água, como a passagem de embarcações, grandes deslocamentos de terra ou gelo e terremotos. Em geral, porém, as ondas do mar são produzidas pelos ventos e estão relacionadas à liberação de energia.

Ondas grandes x ondas pequenas

As diferenças de altura entre as ondas dependem, basicamente, da energia transferida pelos ventos. Quanto mais intensos e longos eles forem, maiores serão as ondas geradas.

Quando a ondulação se organiza e se desloca, as ondas maiores tendem a “ir na frente”. De todo modo, quando uma ondulação gerada em local distante chega à linha de costa, a tendência é que ondas maiores quebram primeiro; depois, tendem a diminuir.

Outro aspecto que pode alterar o tamanho das ondas é a posição da praia em relação à direção da ondulação. Praias que recebem a ondulação de forma perpendicular tendem a ter ondas mais altas.

Um último fator importante é o relevo do fundo do mar. Nos lugares onde a costa rapidamente alcança maiores profundidades, as ondas perdem menos energia. Em lugares onde a inclinação do fundo é suave, elas começam a perder energia muito longe da praia.

tilt - @azhiaziam - @azhiaziam

Nazaré, em Portugal, tem ondas que atingem até 30 metros de altura

Imagem: @azhiaziam

Isso explica a ocorrência de ondas enormes no Havaí, pois trata-se de um arquipélago formado por ilhas vulcânicas no meio do oceano Pacífico, cuja profundidade ao redor passa dos mil metros e a localização faz com que as ilhas estejam expostas às ondulações geradas por intensos sistemas de baixa pressão que se formam próximo ao Japão.

Por que a onda quebra?

Quando se aproximam da costa ou encontram um obstáculo no mar, como um recife, por exemplo, as ondas “sentem” o fundo, devido ao atrito. A parte inferior da onda sofre mais atrito do que a parte superior. É como se um freio estivesse sendo aplicado na parte inferior da onda; a parte superior fica mais veloz do que a base, e acaba arremessando uma crista, provocando portanto a “quebra” da onda.

Fonte: Denis Moledo de Souza Abessa, professor da Unesp de São Vicente

*Com texto de Tatiana Pronin

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