A mais recente novidade da Huawei no mercado de relógios inteligentes é o Watch GT3 SE, que chegou ao Brasil no dia 30 de janeiro. O modelo de smartwatch pode ser resumido – ao menos na teoria – como uma versão simplificada dos irmãos Watch GT3 (mais avançado) e, principalmente, do GT3 Runner.
O preço até 13 de fevereiro é de R$ 1.399. Depois disso, ele passa a custar R$ 1.439,90. Basicamente, o Watch GT3 SE não é o relógio mais completo do mercado, mas o seu conjunto de funções não tem “buracos”.
Principais características:
- Tela Amoled de 1,43 polegada;
- Bateria que dura até 14 dias;
- Monitoramento de frequência cardíaca e de oxigênio no sangue;
- Análise de sono e de nível de estresse;
- Controle de ciclo menstrual via app para celular;
- Monitoramento de mais de 100 atividades esportivas;
- Possibilidade de criação de planos de corrida;
- Notificações de aplicativos do seu celular.
Pontos positivos
- Cheio de funções para a saúde e esportes. Você dificilmente sentirá falta de algo.
- É um relógio leve, não atrapalha durante exercícios.
- Não tem a integração (pareamento) limitada a celulares da Samsung (Android) ou da Apple (iOS). Funciona com diferentes modelos de telefone.
Pontos negativos
- Preço alto.
- Visual é mais despojado, não combinando com situações mais formais.
Huawei Watch GT3 SE (com pulseira preta)
Huawei Watch GT3 SE (com pulseira cinza)
Não senti falta do meu relógio “velho”
No dia a dia, costumo usar o modelo irmão Watch GT3. E não senti a mínima falta dele ao testar a versão SE. O novo relógio é mais leve – 35,6 g contra 42,6 g do relógio que uso normalmente.
No geral, o lançamento tem um visual menos refinado, com um uso mais extenso de plástico em sua estrutura. A pulseira da unidade testada é de borracha, ideal para a prática esportiva. É confortável e fácil de usar.
Isso faz dele um smartwatch mais casual, que talvez não combine tanto com situações mais formais. Quem também pode se incomodar um pouco com o gadget são pessoas com pulso fino, já que ele é grande (ficaria na categoria de 46 mm).
Outra diferença é que, ao contrário do Watch GT3, a versão SE não conta com o botão giratório para navegação nos menus. Isso não mudou a minha a experiência de forma considerável, já que, normalmente, eu seleciono as opções do aparelho pela tela sensível ao toque.
Quem usa o relógio para nadar, no entanto, pode encontrar mais dificuldades, já que a água atrapalha a operação por toque na tela – o modelo funciona normalmente quando submerso, desde que a profundidade seja menor do que 50 metros.
Integração com celular Android e iPhone
O pareamento do lançamento foi simples e até mais rápido do que quando fiz o procedimento com o meu Watch GT3.
O relógio foi usado em conjunto com um iPhone e, tanto na hora de fazer os aparelhos “conversarem” via Bluetooth quanto na hora de registrá-lo no aplicativo Huawei Health, não encontrei qualquer dificuldade.
A única coisa que demorou bons minutos foi a atualização do sistema operacional do Watch GT3 SE. Nada que tenha ficado muito distante da experiência que tive com outros smartwatches durante os testes do Tilt Lab Day.
Completo onde importa
Na parte de saúde, ele é capaz de monitorar a frequência cardíaca e o nível de oxigênio do sangue de forma contínua, além de ter algoritmos para análise de sono e de nível de estresse.
Pela minha experiência como usuário desses aparelhos, confesso que só explorei outras funções além dessas quando fiz a análise de outros modelos. Na “vida real”, dificilmente sinto falta de algo além delas.
Outro “campo de testes” para o modelo foi na hora de ir para a academia. Aqui, fica uma crítica: enquanto ele possui modalidades esportivas não tão tradicionais, como críquete e bungee jump (!), não encontrei nenhuma opção direcionada à musculação – apenas similares, como levantamento de peso ou crossfit.
Por outro lado, é possível acompanhar corridas na esteira, sessões de bicicleta ergométrica ou elíptico sem problemas.
O monitoramento, em geral, é eficiente e utiliza os batimentos cardíacos para determinar em qual faixa de esforço físico você está. Assim, é possível saber se o ritmo do momento favorece a queima de gordura ou a resistência aeróbica, por exemplo.
Outro ponto que o relógio se saiu bem foi na hora de se conectar ao GPS. Bastam alguns segundos em um local aberto para que a rota da sua corrida ou caminhada comece a ser registrada de forma precisa.
Inteligente, mas poderia ser mais
O Watch GT3 SE traz funções triviais no quesito “gadget inteligente”. Ele replica notificações do seu smartphone e se integra bem com o app Huawei Health – o acompanhamento de ciclo menstrual, inclusive, é feito em dobradinha com o aplicativo.
Em comparação a outros modelos, especialmente ao Apple Watch, senti falta de notificações/alertas mais voltadas à prática esportiva e ao combate da vida sedentária. O gadget da Apple se integra muito bem ao iPhone e meio que “cobra” que o usuário se mexa ao longo do dia.
Falando assim pode parecer uma chateação, mas acaba sendo algo muito importante, especialmente para quem não tem o hábito de fazer exercícios com regularidade e está tentando mudar esse cenário.
Ele compensa?
Comparado com Watch GT3 e Watch GT Runner, o novo modelo não deixa nada a desejar, de forma geral.
Quem pratica alguns tipos de esportes de maneira mais frequente, talvez, sinta falta de algumas funções presentes no Watch GT Runner, como a elaboração de rotas de corrida e parâmetros adicionais de monitoramento dessa atividade.
Mas, ainda assim, o Watch GT3 SE cumpre bem tudo aquilo que se dispõe a fazer.
O seu maior adversário, no entanto, tende a ser o preço. Não que ele seja caro. A questão é que seus “irmãos”, que já têm mais tempo de mercado, frequentemente são vistos em promoções por valores menores do que o estipulado pela Huawei nesse primeiro momento de mercado brasileiro.
Caso essa tendência se confirme com o lançamento, aí o custo-benefício dele pode valer a pena. Caso contrário, melhor investir nos outros modelos mais antigos.