O uso do ChatGPT nas escolas e universidades tem deixado professores preocupados com a possibilidade de os alunos utilizarem a Inteligência Artificial (IA) para fazer trabalhos e provas.
Para contornar isso, a OpenAI, responsável pelo ChatGPT, lançou nesta segunda-feira (31) uma ferramenta que ajuda a apontar se um determinado texto foi escrito por um humano ou por uma máquina.
A ferramenta funciona assim: o usuário copia uma parte do texto e o sistema classifica se é provável ou não que tenha sido escrito por um sistema de IA por meio de uma escala de resultados de cinco pontos:
- Muito improvável de ter sido gerado por IA;
- Improvável;
- Incerto;
- Possível;
- Provável.
A nova ferramenta ainda funciona melhor com textos em inglês e amostras com mais de mil palavras. Por enquanto, o sistema não analisa códigos de programação.
Sistema não é perfeito
A OpenAI afirma que a novidade é significativamente melhor em determinar se um conteúdo foi ou não criado por IA do que uma ferramenta lançada anteriormente por outra empresa.
Mesmo assim, a criadora do ChatGPT alerta que o novo sistema não é perfeito e que o desempenho pode variar de acordo com a semelhança do texto analisado com os tipos de escrita que a IA foi treinada.
A OpenAI também estuda maneiras para ajudar as pessoas a distinguirem textos gerados pelo ChatGPT — como aplicando uma “marca d’água” nos conteúdos, por exemplo.
ChatGPT preocupa universidades
A facilidade em gerar textos de diversos tipos fez com que várias escolas e universidades adotassem medidas para evitar que os alunos utilizem o ChatGPT em trabalhos e provas.
Em Nova York e Seattle, nos Estados Unidos, algumas escolas públicas já proibiram a inteligência artificial em suas redes, e várias universidades anunciaram planos para que os estudantes façam menos tarefas em casa e mais provas orais e artigos escritos à mão.
Na França, a Sciences Po (Instituto de Estudos Políticos de Paris), uma das melhores universidades do país, proibiu terminantemente o uso do ChatGPT, sob punição de expulsão do aluno da universidade — ou mesmo do ensino superior francês como um todo. Parte disso se dá por conta da origem das informações da Inteligência Artificial não ser clara, o que pode levar a fraudes e plágio.
Se parece exagero, para as instituições de ensino, não é: recentemente, o ChatGPT foi aprovado em uma prova de MBA da Wharton Business School, vinculada à Universidade da Pensilvânia, nos EUA.
De acordo com um professor da universidade, Christian Terwiesch, a inteligência artificial não apenas passou no exame final da disciplina Operations Management (“gerenciamento de operações”, em tradução livre) como também deu respostas corretas e “excelentes” em suas explicações.
(*) Com informações de The Hill e Axios