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O Ministério da Educação desinforma: 8 + 4= 11 – 10/01/2023

O Ministério da Educação desinforma: 8 + 4= 11 – 10/01/2023

O problema essencial da educação é dar o exemplo.
Turgot

Será que o problema da educação brasileira está no investimento? A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgou o resultado de uma pesquisa realizada em 2019 sobre os investimentos nessa área em todo o mundo. A conclusão é que não investimos pouco, mas gastamos mal. Não figuramos entre os países que mais investem, mas em termos de média o resultado é razoável.

O Brasil aplica em média 5,6% do PIB. Acima da média de 4,4% em outros países. Ficamos atrás de Suécia, Bélgica, Islândia, Finlândia e Noruega. Ou seja, gastamos mais que muitos países desenvolvidos, mas nos situamos longe do resultado que deveria ser almejado. Esse é um velho desafio.

O meu contato com a educação vem de longa data. Começando pelo fim. Em dezembro do ano passado, recebi do então Secretário de Educação do Estado de São Paulo, Hubert Alquéres, a medalha MMDC, a maior honraria concedida pelo Estado na área da Educação.

Academia Paulista de Educação

Há 20 anos tomei posse como membro titular na Academia Paulista de Educação. Alguns anos mais tarde fui eleito para presidir esta instituição e há 15 anos faço parte da diretoria, formada por personalidades que foram e/ou são secretários da Educação e reitores de importantes universidades. Hoje sou Presidente Emérito.

Faço essas considerações para mostrar que não espio de fora as questões educacionais do país. Durante boa parte da minha vida estive envolvido com esse tema. Quem acompanha os meus textos, sabe que, com boa frequência, discuto essa matéria.

Na rabeira

Quando o assunto é educação, não temos do que nos orgulhar. Os governos se sucedem e uns vão tentando colocar a culpa do desastre educacional naqueles que os precederam. Estamos sempre na rabeira nas comparações com os outros países. Mesmo na América do Sul, caímos pelas tabelas. Para não dizer que seguramos a lanterna, estamos à frente de apenas duas ou três nações.

Os ministros

Aí vêm os ministros dessa pasta para jogar ainda mais lenha na fogueira. O novo ministro, escolhido por Lula, Camilo Santana, nem esquentou a cadeira e já cometeu gafe monumental. No dia 6, sexta-feira, ao apresentar as pessoas que comporiam seu ministério, errou na matemática superior do primeiro ano primário:

São oito mulheres e quatro homens, completando o time de 11. Esse é o time que a partir de hoje irá comandar o destino da Educação Brasileira.

Qualquer um pode se enganar, ainda mais nos momentos cerimoniosos como esse, em que o nível de adrenalina sobe, independentemente da experiência do orador. Só que há erros e erros, embora alguns discordem dessa designação. Para um ministro da Educação, convenhamos, essa falha não pega muito bem. Talvez até comprometa a credibilidade.

“Imprecionante”

Para não ficar só nesse caso recente, vale a pena trazer à tona um ministro da Educação craque na arte de agredir o vernáculo, Abraham Weintraub. Esse abusou do direito de atravessar o samba. Confundiu, por exemplo, o termo “aonde”, que indica ideia de movimento, com “onde”, que se refere a um lugar.

Esse foi um aperitivo. Em outro momento, o “homem da educação”, cometeu um erro de grafia. Ao responder a uma postagem do deputado federal Eduardo Bolsonaro, escreveu “imprecionante”, no lugar de “impressionante”.

Kafta

E como cereja do bolo, o ministro chamou Franz Kafka de “Kafta”. Com essa escorregadela, ele fez a alegria dos opositores. A cada instante, aparecia alguém explicando como preparar um bom prato “Kafta”, uma das especialidades da culinária árabe.

Portanto, os ministros da Educação, independentemente de ideologia ou cores partidárias são useiros e vezeiros em mostrar sua incompetência intelectual. Esses fatos nos permitem perguntar: se assim “à luz do dia”, na frente de tudo e de todos, cometem erros tão grosseiros, o que deve acontecer longe das nossas vistas? Pobres de nós!

Superdicas da semana

  • A forma como nos expressamos pode revelar o nosso preparo educacional
  • Errar nas palavras mais raras, pode ser desculpável
  • Errar nas palavras comuns, demonstra falta de formação
  • Um erro pode ser perdoado, dois também. Além dessa cota, não

Livros de minha autoria que ajudam a refletir sobre esse tema: “Superdicas para escrever uma redação nota 1.000 no ENEM“, “Como Falar Corretamente e sem Inibições”, “Comunicação a distância”, “Os segredos da boa comunicação no mundo corporativo” e “Oratória para advogados”, publicados pela Editora Saraiva. “29 Minutos para Falar Bem em Público”, publicado pela Editora Sextante. “Oratória para líderes religiosos”, publicado pela Editora Planeta.

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