Ainda no âmbito do trabalho, o relatório ressalta o que estudos têm demonstrado: setores da economia de muitos países dependem da força de trabalho dos estrangeiros, mas na maioria das vezes são exatamente os migrantes que ocupam os postos mal pagos, mais instáveis e precários.
O Observatório das Migrações frisa que, em Portugal, como se verifica em outros países de acolhimento, muitos cidadãos também optam por empreender, o que faz aumentar o número de empregadores estrangeiros no país.
Os indicadores revelam que, juntos, brasileiros e chineses representam mais de 40% do total de empregadores estrangeiros registrados nos últimos anos, em Portugal.
Em 2020, os brasileiros representaram 26,7% e os chineses 16%. Nas posições seguintes apareceram franceses (5,7%), seguidos de britânicos (5,2%), espanhóis (4,9%), ucranianos (3,2%), italianos (3,1%), alemães (3%) e indianos (2,6%).
O relatório também mostra que os estudantes brasileiros matriculados nas escolas públicas portuguesas no ensino fundamental e médio corresponderam a quase metade (46,5%) do total dos alunos estrangeiros inscritos no ano letivo 2020/2021.
Na segunda posição estavam os angolanos (9,6%), e na terceira, os cabo-verdianos (5,8%). Os alunos estrangeiros representaram 7,2% do total de matriculados no ensino fundamental e médio das escolas públicas do país.
Políticas públicas
Para o Governo português, o relatório estatístico anual com os indicadores de integração de imigrantes é uma ferramenta para “avaliar as políticas públicas e identificar prioridades de intervenção”, afirma a secretária de Estado da Igualdade e Migrações, Isabel Almeida Rodrigues, no prefácio do documento.
Além disso, o conjunto de indicadores também contribui para o trabalho dos deputados da Assembleia da República, que precisam de informações confiáveis na elaboração de projetos de lei sobre o tema.
Para publicar o documento, o Observatório das Migrações analisou mais de trezentos indicadores sobre integração de imigrantes de 48 fontes de dados estatísticos nacionais e internacionais.
Segundo o Serviço Nacional de Estrangeiros e Fronteiras, o total de estrangeiros morando legalmente em Portugal representa 5,4% do total da população do país, que atualmente é de 10.347.892 pessoas. O Brasil tem a comunidade migrante mais expressiva com 252 mil cidadãos.