Com uma vitória inédita e surpreendente por 1 a 0 sobre Portugal, os marroquinos vão disputar pela primeira vez a fase semifinal de um Mundial. Essa conquista também representa a primeira vez que um país da África chega a esta fase da competição em uma Copa.
Com uma vitória inédita e surpreendente por 1 a 0 sobre Portugal, os marroquinos vão disputar pela primeira vez a fase semifinal de um Mundial. Essa conquista também representa a primeira vez que um país da África chega a esta fase da competição em uma Copa.
Elcio Ramalho, enviado especial a Doha,
Depois de eliminar os espanhóis nas oitavas de final nos pênaltis, e pela primeira vez chegar às quartas, Marrocos escreve mais uma página inédita na sua história ao despachar Portugal.
O único gol da partida foi marcado no primeiro tempo por En-Nesry, aos 42 minutos, de cabeça. Ele subiu mais alto que o zagueiro e o goleiro Diogo Costa, que saiu mal no lance.
Os “Leões de Atlas”, como são conhecidos os jogadores do país, souberam suportar bem a grande pressão exercida pelos portugueses durante toda a partida.
Com apenas 1 gol sofrido em cinco jogos, Marrocos é a equipe com a melhor defesa desta Copa no Catar.
Além da garra e do espírito coletivo demonstrado em campo, a classificação também foi conquistada pelas grandes defesas feitas pelo goleiro Bounou, escolhido melhor jogador em campo pelo Fifa.
Portugal era favorito
A equipe lusa havia avançado para as quartas como favorita e com muita moral, após a goleada de 6 a 1 para a Suíça nas oitavas. No entanto, o time que brilhou nas oitavas de final encontrou um bloco sólido defensivo e não converteu as boas chances que teve no decorrer da partida.
Cristiano Ronaldo, que entrou no segundo tempo para dar mais reforço ofensivo, saiu chorando do gramado, assim como muitos outros jogadores inconformados com a derrota.
Na saída, o capitão Pepe reclamou muito da arbitragem, particularmente do juiz Facundo Tello que não teria assinalado um pênalti a favor de Portugal e não punido com cartões amarelo o goleiro marroquino que demorou ao recolocar bolas em campo”.
“De oito ou nove árbitros, cinco são argentinos. É estranho. Para mim é muito estranho, tenho experiência nisso, posso até dar meu palpite. Depois do que eu vi hoje, vão dar o título para a Argentina”, declarou o capitão português.
“Sabíamos que tínhamos e temos qualidade para estar em outros patamares. Marrocos merece o que fez. Criamos algumas oportunidades, mas simplesmente não encontramos o gol e o Marrocos encontrou. Foi o fator chave, não termos conseguido fazer o gol”, disse.
O jogo
Portugal começou o jogo de maneira ofensiva e assustou a meta de Yassine Bounou em várias ocasiões, principalmente com João Félix. Em um dos lances de perigo, o atacante chutou de fora da área, a bola bateu nas costas do zagueiro e passou perto da trave.
O Marrocos chegava com perigo nos contra-ataques, e no final do primeiro tempo teve a chance com o atacante En-Nesyri, que fez o estádio Al-Thumama entrar em efervescência.
Portugal ainda acertou a trave em um belo chute cruzado de Gonçalo Ramos, que encobriu o goleiro marroquino.
Nos acréscimos, o Marrocos ainda teve chance de ampliar num rápido contra-ataque. Attiat-Allah ficou de frente para o goleiro, mas chutou mal, para fora, à direita do goleiro.
No segundo tempo, e atrás do placar, Portugal foi com tudo para cima do adversário, mas a pressão não surgia efeito. O treinador Fernando Santos colocou Cristiano Ronaldo no lugar do meio campista Rúben Neves para dar mais ofensividade à equipe. Mas o craque português não conseguiu criar oportunidades e pouco contribuiu para ações efetivas de gol.
Com amplo domínio de bola, os portugueses avançavam mas desperdiçaram as poucas chances, como no chute para fora de Bruno Fernandes, de frente para o gol e livre de marcação.
O goleiro fez uma grande defesa no chute de João Félix, aos 36 minutos.
Marrocos ainda teve uma chance de liquidar a partida com Zakaria Aboukhlal, que de frente para Diogo Costa, perdeu o duelo para o goleiro português.
Os marroquinos ainda terminaram o jogo com 10 jogadores, devido à expulsão de Walid Chedirra, que recebeu o segundo cartão amarelo por falta violenta.
Apesar da pressão com os acréscimos de 8 minutos, Portugal não conseguiu marcar e deixa o Mundial como uma seleção que tinha ambição de chegar ao título, mas foi eliminada por uma das maiores surpresas desta Copa.