Morreu na noite desta terça-feira (6) o compositor, crítico musical e gestor Edino Krieger, aos 94 anos, um dos principais nomes da música contemporânea do país. Ele estava internado há cerca de um mês na Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada por João Guilherme Ripper, diretor da Sala Cecilia Meireles e amigo da família. A causa da morte não foi divulgada.
Ao lado de Guerra-Peixe e Claudio Santoro, Krieger foi um dos principais criadores da música de vanguarda no Brasil. Entre suas composições mais conhecidas, está a peça “Canticum Naturale”, de 1972, em que recria a ambiência da floresta amazônica, mimetizando o som da fauna e da flora, a partir da orquestração. De acordo com a partitura, a peça é dividida em duas seções —”Diálogo dos Pássaros” e “Monólogo das Águas”— entremeadas por um solo vocal, que sublinha a melodia.
Ainda nos anos 1970, Krieger com “Ritmata” e “Estro Armonico”, para violão solo. Sua obra buscou sobretudo abranger a diversidade musical do Brasil, embora tenha transitado por diferentes movimentos estéticos do século 20. “Ele aliou uma criatividade com uma técnica fantástica, era um curioso pela música, e tudo isso ele me ensinou, foi o meu grande mentor”, diz Ripper.
Nascido na cidade de Brusque, em Santa Catarina, em 1928, Krieger começou a tocar violino aos 7 anos, sob orientação do pai. Em 1943, se transferiu para o Rio de Janeiro onde estudou no Conservatório Brasileiro de Música com H.J. Koellreuter. Mais tarde, nos Estados Unidos, também estudou com Aaron Copland, um dos maiores nomes da história da música americana.
Krieger também foi um importante gestor cultural brasileiro, tendo sido diretor da Funarte, entre 1981 a 1998, e do Museu da Imagem do Som, de 2003 a 2006. Ele criou também as Bienais da Música Brasileira Contemporânea e presidiu a Academia Brasileira de Música.