Amorim, que esteva presente no encontro desta segunda, afirmou que Biden estaria disposto a receber Lula mesmo antes de ele tomar posse, mas que um cenário mais provável é o início do ano que vem.
“O presidente [eleito] comentou a situação interna, negociações diversas que ainda estão ocorrendo e disse que talvez não desse [para ir aos EUA antes de assumir]. Não disse não, mas que talvez não desse, e valorizou muito o fato de o convite ter sido feito dessa maneira”, afirmou Amorim. “Ele acha que dá para ir logo no início do ano [2023] também, já numa visita oficial como presidente.”
“Começar a todo vapor”
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, afirmou que faz sentido convidar Lula para uma visita mesmo antes de ele tomar posse. “Queremos começar a todo vapor essa importante relação bilateral”, afirmou.
As relações entre o Brasil e os EUA esfriaram depois que Biden derrotou nas urnas, em 2020, Donald Trump, ídolo do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com Amorim, Sullivan ressaltou a importância da vitória eleitoral de Lula para o fortalecimento da democracia na região, fazendo uma comparação entre o trumpismo e o bolsonarismo.
O ex-chanceler afirmou que Lula e Sullivan tiveram uma conversa “muito ampla”, sobre temas que incluíram o combate às mudanças climáticas, a guerra na Ucrânia, desenvolvimento econômico, tecnologia verde, o fortalecimento da democracia na América Latina, a situação no Haiti e a crise na Venezuela.
Além de Amorim, participaram do encontro desta segunda o ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT), integrante da equipe de transição e cotado para assumir o Ministério da Fazenda, e o senador Jaques Wagner (PT-BA).
Sullivan foi acompanhado pelo diretor-sênior para o hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança Nacional, Juan González, e Ricardo Zúniga, secretário-adjunto de hemisfério Ocidental no Departamento de Estado.