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5 inovações chinesas que poderiam ter salvo Americanas

5 inovações chinesas que poderiam ter salvo Americanas

A profunda crise que afeta as Americanas, uma companhia brasileira quase centenária (fundada em 1929), causa grande surpresa não só pelos multibilionários erros contábeis ou pela trajetória admirada de suas lideranças, mas sobretudo porque ocorre em um setor da economia opulento e em franca expansão.

Se não, vejamos.

Em 2020, quando estourou a pandemia de covid, segundo dados do eBit, o varejo brasileiro era dividido em 5% para compras online e 95% em lojas físicas.

Um ano depois, o PIB brasileiro havia caído 3,3% face a toda crise gerada no país — e no mundo. Enquanto quase toda economia sofria amargamente, um segmento brilhava: o das vendas online.

O mesmo eBit anota que, em 2021, 10% de nosso varejo era digital, e “só” 90% físico.

Um segmento que dobra de tamanho, em plena crise, não deveria gerar empresas mais saudáveis, capitalizadas e lucrativas?

Como sabemos, este não foi o caso das Americanas, mas foi exatamente a trajetória das companhias chinesas, que implementaram novas camadas de inovação durante os anos de pandemia e não só cresceram como transformaram seu país em caso único no mundo em que o varejo online é maior que o offline: 52% versus 48%, segundo dados da Fitch Ratings-Shanghai.

Aqui, separamos 5 inovações responsáveis por aumentar as vendas de companhias de varejo digital, como as Americanas, implementadas na China.

1 – Social commerce: vendas dentro das redes sociais

As redes sociais (como Facebook, Instagram e TikTok) possuem uma audiência orgânica, ou seja, todos os dias milhões de usuários as acessam espontaneamente. Para levar tráfego para lojas de compras online, os e-commerce gastam muito dinheiro com anúncios online.

Na China, um dos movimentos mais relevantes desta indústria foi vender… onde os consumidores já estão.

O caso mais famoso é dos miniapps do WeChat, app onipresente no país, onde há lojinhas digitais plugadas aos grandes marketplaces do país.

O fenômeno é tão relevante que empresas de mídia, como a ByteDance, dona do TikTok (lá chamado de Douyin), estão se tornando elas próprias companhias de e-commerce, atraindo lojistas e organizando-os em suas plataformas de vendas dentro do app social.

2 – Live commerce

As vendas por lives ainda têm dificuldade em decolar em mercados como o Brasil, por um motivo simples: são feitas de modo errado.

Na China, este fenômeno abriu uma nova avenida de crescimento para as empresas de e-commerce, ao colocar streamers qualificados (treinados para fazer lives) e analistas de dados em ações realmente relevantes, com descontos agressivos e ofertas de produtos exclusivos.

O resultado: as lives fecharam 2022 respondendo por quase 20% de todas as vendas digitais no país.

3 – Moedas digitais

O Brasil marcou um gol de placa ao implementar o Pix, em que pese seu impacto negativo na segurança pública. Na China, no entanto, este segmento está incrivelmente mais avançado.

Pagamentos com reconhecimento facial e carteiras digitais (que oferecerem crédito) que virtualmente chegam a toda a população (mais de 1 bilhão de usuários) reduzem o número de compras negadas, facilitam as vendas por impulso e evitam fraudes.

Quer mais?

Desde 2021, o equivalente ao Banco Central da China emite dinheiro em criptomoedas soberanas, o RMB digital. Ou seja, parte da população já recebe salários e pagamentos em moedas digitais com lastro, um inegável incentivo à digitalização da economia.

4 – KOL, KOC, KSL e PGC

As muitas siglas acima definem o desenvolvimento de figuras centrais no desenvolvimento do e-commerce local.

O KOL é a mais antiga: Key Opinion Leaders, que são os influenciadores e jornalistas, um perfil já bem conhecido.

Já os KOC (Key Opinion Consumers) referem-se à estratégia de converter consumidores em embaixadores digitais da marca.

Os KSL é uma citação aos Key Specialist Leaders, ou seja, em transmissões digitais usam-se especialistas de verdade e não vendedores genéricos. Em uma live de maquiagem, por exemplo, está um especialista que sabe tudo do tema, que tem anos de experiência no setor. O mesmo vale para vender celulares, roupas, brinquedos.

Por fim, o PGC é o chamado “Profissional Generated Content” que é o uso, por marcas, de gente profissionalizada, influenciadores com excelente técnica e qualidade áudio visual para produzir vídeos curtos e outros conteúdos profissionais para promover vendas digitais.

5 – Integração de vendas online, físicas e logísticas

Este item pode não parecer exatamente uma novidade, mas foi um fato essencial para a expansão do e-commerce na China no último biênio.

Ir a uma loja, ver um produto em mãos e mandá-lo para casa (com entrega no mesmo dia) apenas escaneando um QR Code não foi uma estratégia simples, mas revelou-se muito bem-sucedida.

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